sexta-feira, junho 13

A vida continua

Ontem foi um dia horrível. Foi o pior.
Custou imenso assistir a tudo.

Mas depois de tudo acabado, o que vinha à cabeça não era a imagem dela ali, a ser enterrada, mas sim, dela no hospital.
Passo o dia todo a pensar nela, mas doente.
Claro que nos está a custar imenso, afinal é tudo mais que recente.

O namorado levou-me a mim e à minha mana até "à casa dele".
Vimos um filme e ele só fazia palhaçadas... Mas tadinho, por mais que nos tentasse animar, animava um bocado e depois lá voltávamos à tristeza de sempre.

O meu avô, foi ter com os amigos e foi jogar às cartas.
Se por um lado pode parecer mal, por outro, estamos a tentar realmente levar a vida como antes.

É estranho, é como se andássemos todos mancos, mas é assim =(

Agora sinto é um peso enorme no coração, pois a minha mãe perdeu a mãe dela e a sua grande companhia. Elas iam juntas para todo o lado.

Eu quero continuar a ir ter com o namorado ao fim-de-semana, já que durante a semana estou sempre em casa.
Mas parece que sinto que os vou abandonar.
Que vou deixar a minha mãe sozinha.
Agora com a minha irmã de férias, é diferente, sempre tem a companhia dela, mas não vos sei explicar..... Por um lado, quero continuar a tentar fazer a vida normal, também não me posso prender.. Por outro, sinto que deveria ficar aqui.
Mas sinto a necessidade de sair mesmo.

E é assim que estou, confusa.

Parece-me que tudo é errado neste momento.
Se saio de casa, se alguém me faz dar uma gargalhada, se a música toca, mesmo que baixinho...
Sinto como se tivesse que ser chicoteada pelo que aconteceu e não andar a "sair" ou a sorri, mesmo que pouco.

Será que me entendem?


5 comentários:

  1. Muita força Cláudia! Eu entendo perfeitamente, já passei pelo menos - já não tenho avós - e sei bem o que custa. De início nada parece certo ou errado, é apenas um grande vazio. Tenta-mo-nos convencer que a vida continua, que é preciso voltar às nossas rotinas mas a verdade é que há sempre pequenas coisas que nos vão fazer lembrar. Ou aquela música, ou aquele prato, ou é aquela senhora que passa na rua e nos faz lembrar a avó. Eu já perdi a minha avó há 14 anos e é raro o dia em que não pense nela, mas a verdade é que à medida que o tempo vai passando, a dor vai atenuando. As saudades ficam para sempre, mas a dor vai ficando mais pequena. E vai chegar ao dia em que em vez de desatares a chorar porque vês algo que te faz lembrar a tua avó, vais sorrir porque vais conseguir associar os bons momentos que tiveste com ela. Mas é tudo muito recente para conseguires fazer isso. É preciso teres calma e paciência.
    Força, muita força! Beijinhos***

    ResponderEliminar
  2. Agora tudo leva o seu tempo e cada pessoa reage de sua maneira, forcinha minha querida! Gostava de te dar um abracinho!!

    ResponderEliminar
  3. Cláudia o que escreveu a Karina é bem verdade, acontece comigo em relação à minha mãe. Dou por mim a sorrir tantas vezes a lembrar-me dela, mas também choro. Já lá vão 7 anos, por vezes parece que foi há muito tempo e outras vezes parece que foi ontem...
    Não te sintas culpada por rir, ouvir música ou seja pelo que for, lembra-te que a tua avó preferia de certeza ver-te feliz ;-)

    Beijos/ A Mãe

    ResponderEliminar
  4. Talvez andes agora um bocadinho perdida, é normal que assim seja mas logo logo as coisas voltam ao seu ritmo, vai ser um ritmo em que todos se vão ter de adaptar, mas a vida é assim uma mudança constante. Vai em frente e faz o que te manda o coração. Beijinhos

    ResponderEliminar
  5. Não tens que te sentir culpada por passares o fim de semana fora de casa. Um dia terás de sair de casa para sempre. Para fazeres a tua vida. Não gostas menos deles por isso. E ao fim e ao cabo, a vida tem que continuar normalmente =/

    ResponderEliminar

E tu? O que tens para dizer?