quarta-feira, abril 20

Voluntariado

Como vos disse ontem, na Quinta fomos ver uma associação para fazermos voluntariado.

O marido é que deu a ideia, escolheu a associação, tudo.

Eu já tinha pensado nisso, mas com a vida agitada que temos, nunca surgiu a oportunidade. Mas como há pessoas que precisam mais que nós, decidimos avançar e obter a informação necessária para dar esse passo.

Fomos até lá, já tendo chegado atrasados, pois não dávamos com aquilo por nada.

Chegámos lá, falámos com um Sr. que estava a trabalhar e disse apenas para esperarmos que alguém já aparecia. Fomos para a rua e esperámos. Ninguém aparecia.

Entretanto veio um rapaz que voltou a perguntar o que queríamos, explicámos e ligou a alguém que só apareceu também quase 15 minutos depois.

A 1ª impressão que a associação me deu foi realmente a falta de condições. Eu sei que a ideia não é ostentar e realmente não ia à procura disso nem é isso que quero ver, mas senti-me com nojo, admito.

Subimos entretanto a uma sala para preenchermos uns papéis, sobre os quais perguntei se era já uma inscrição definitiva. Confirmaram. Fiquei de pé atrás pois a ideia era obter informações e não inscrever-me à bruta.

Mas preenchemos os papéis mesmo assim.

O marido estava entusiasmado, já eu, sempre de pé atrás.

Falámos de nós, demos a conhecer um pouco a nossa rotina e depois ele perguntou o motivo porque queríamos fazer voluntariado.

O marido, sempre entusiasmado e eu, cada vez mais distante.

Lá a meio da "entrevista", o rapaz pergunta a nossa disponibilidade, à qual dizemos 6ª à noite. Ele vira-se automaticamente e diz que pedem que seja uma coisa regular, isto é, que sejam todas as Sextas.

Ora aí, o fio rompeu.

Senti que era uma espécie de voluntariado à força.

O marido, mais uma vez, todo entusiasmado, a dizer que a ideia dele era ir todas as Sextas sim. Já eu, cada vez mostrava menos interesse, até que o rapaz perguntou se estava ali contrariada.

Admito que fui porque o marido quis, pois acho que não é a melhor altura para fazermos voluntariado, mas a partir do momento em que senti que era voluntariado à força, perderam-me.

Uma coisa é eu voluntariar-me e ir uma Sexta por mês, por exemplo, que podemos fazer esse esforço. Outra completamente diferente é obrigarem-me a ir todas as Sextas.

Saímos de lá com as inscrições e com a indicação que tínhamos que ir falar 1º.

Ora irritaram-me aqui várias coisas da parte da associação, como esta "obrigação" e o facto de ser uma IPSS, logo, não é totalmente desprovida de dinheiros e depois, por parte do meu marido.

Está sempre a queixar-se de cansaço, faz muito pouco em casa devido a esse cansaço, tenho que me irritar 50 vezes para que faça as coisas e nunca mostra entusiasmo com nada. As nossas Sextas muitas vezes servem para fazermos as compras e tentar avançar com algumas limpezas para aliviar o fim-de-semana.... Outras vezes, servem mesmo para descansarmos, tal o ritmo da semana foi desgastante.... Mas para ir fazer voluntariado, estava ele todo disponível, todo radiante.

Irritou-me mesmo.

Não vamos, por agora, fazer voluntariado.

Já ajudamos alguns canis, à nossa escolha, 1 diferente todos os anos, já compramos comida para ajudarmos quem precisa, mas lamento, não posso neste momento abdicar de uma Sexta Feira à tarde/noite para ir fazer voluntariado forçado. Já ando a desejar ter dias de 48h, quanto mais ainda...



4 comentários:

  1. A meio do texto o "senti-me com nojo" foi forte, fiquei a pensar se não será uma instituição de animais mal cuidada e higienizada. Mas como não falas a esse respeito, fiquei na dúvida.

    Voluntariado passa por isso mesmo, poder ir quando efetivamente se pode, é uma "obrigação" no teu sentido individual do querer ajudar, não uma obrigação de horário marcado, para isso já bastam as obrigações pessoais e legais que tens.

    Quanto ao marido, entendo, vê-lo disponível para um horário fixo todas as semanas em dias que anteriormente já se queixou de cansaço para não fazer os afazeres de casa.... Pois que irrita, irrita.

    Beijinho

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  2. Não sabia que o voluntariado era assim uma coisa a horas e dias certos. Mas, pensando melhor, é capaz de agilizar o funcionamento das organizações. De acordo com o que por aqui conta, a Cláudia tem uma agenda muito carregada, até aos fins de semana. A solidariedade exerce-se sempre que surge a oportunidade, basta estarmos atentos. E não se preocupe com associações a que não pode dar resposta.

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  3. Eu não sei se faria... É complicado!

    Sussurros à lua...
    Beijos e uma excelente semana

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  4. Não tenho feitio para fazer voluntariado, reconheço. Elogio quem o faça
    .
    Uma quarta-feira feliz … cumprimentos cordiais.
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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