terça-feira, julho 26

Infantilização das crianças

Isto é capaz de gerar aqui algum "debate"/divergência de opiniões, mas relembro que não admito faltas de respeito com ninguém e isto é apenas a minha opinião. A opinião de uma mulher que não tem filhos e não sabe se terá e como se comportará se algum dia esse dia chegar.


Venho falar, como o título indica, da infantilização das crianças.

Redundância, certo? 

Já explico.

As crianças já por si só, por serem crianças, pela falta de conhecimentos/capacidades/idade/etc já têm comportamentos próprios da idade que se justificam por tudo e mais alguma coisa que enumerei ainda agora. 

Até aqui, tudo bem.

Fazem birras, estão a aprender a lidar com sentimentos novos, atiram-se para o chão por não se saberem expressar, tudo certo (+/- tudo certo vá). Até aqui, já com alguns "limites" até se poderá "admitir/tolerar".

São crianças, logo são seres infantis. 

Mas até que ponto é que não se está a infantilizar ainda mais do que é suposto?

Eu não digo serem como eu acho que sou/serei, que parece que se vive na tropa, com muitas regras, etc.

Mas chegarem ao ponto de falarem sempre com inhas/inhos, palavras que lá está, ainda infantilizam mais os miúdos, proteger em demasia crianças já com alguma idade, parece-me demais.

Sei que vivemos tempos de medo e tudo mais, mas calma... Não digo andarem sozinhos na rua à 00h. Nada disso.

Vou dando exemplos para perceberem:

- Queres papar? Olha a papinha. Vamos fazer ó ó. Olha o popó. ETC, ETC, ETC.

Não quer dizer que uma vez ou outra não saia uma palavra mais abebezada, mas constantemente? Se estão a aprender a falar, porque não dizer um vamos comer? Queres comer? Anda dormir...etc.

Eu raramente falo com uma criança/bebé assim. Sei que não têm idade para compreender certas palavras, então substituo essas palavras por umas mais fáceis. Falo também mais devagar e mais pausadamente. Mas falo normalmente com elas. 

Comparo muitas vezes esta infantilização, com as que se fazem aos idosos. E para mim é igualmente sem sentido.

E não quer isso dizer, a meu ver, que se ame menos a criança/idoso. 

O mesmo se passa com os nomes. Uma coisa é um diminutivo, como Guga, Titi, Cláu. Outra coisa é passarem a vida com Huguinhos, afonsinhos e por aí fora.

Penso que cada vez mais se criam pequenos tiranos. Não são estes pormenores (acho eu) que os vão tornar assim, mas cada vez mais sinto esta infantilização e consequente criação de tiranos, que tudo querem/podem.

Qual a vossa opinião? Gostava de vos ler.



5 comentários:

  1. Agora que vou ser mãe penso muito nisso, na educação ...

    Isso de se atirarem para o chão e as constantes birras eu acho mesmo mesmo que é educação. Somos nós os responsáveis pela forma como gerem as emoções, e se nós não tivermos paciência também eles não terão e advém esses comportamentos.

    Infantilizar posso dar o ex das minhas sobrinhas, á mais velha, como primeira falávamos "olha o ao ao" "olha o miau"... "O Popó" etc e realmente aprendeu a expressar corretamente mais tarde, a mais bebé agora com dois anos e meio diz tudo e mais alguma coisa de modo completamente correto. Ajudou muito a irmã por ex falar as palavras corretas e ela a ter como referência. Também nós falámos normal as coisas desde início. Sério, faz muita diferença no desenvolvimento dos bebés.

    Bom tens Cláudia 👏

    A teia dos 20 mais x

    ResponderEliminar
  2. Posto isto que aqui escreveste até te dou razão e tudo. Nas birras, nos “inhos/as” e na forma como se fala com eles. Devemos sim desde sempre falar-lhe as coisas pelos nomes corretos, assim aprendem a falar melhor.
    Acho que as birras vai muito das regras que começam a ter desde inicio, Da forma de educar, de os deixar ou não fazerem tudo o que querem. Não pode ser.
    Eu sou avó de 4 e estou a ajudar. Tenho uma com quase 18 anos,mas é especial, e esta sim, por vezes quebram-se regras. Tenho mais uma com 7, um com 5 e uma com ano e meio. (Os filhos têm 2 filhos cada). Eu, por norma sou uma Avó que não estrago. Gosto de dar regras a fim de que os pais não sofram com isso e mesmo assim...

    As crianças aprendem muito rápido. Claramente que, se lhes derem um telemóvel para a mão desde muito pequenino começam a apanhar manhas. Mas pronto, por vezes para comeram a sopa lá terá que ser.

    É assim. Tudo vai de um principio. Eu sou a favor das regras, e do NÃO quando tem de ser. E, estou-me nas tinhas se me criticam.. Os meus educo-os bem. Nunca fui de fazer as vontades todas nem dar tudo o que pediam. Eles nem pediam.

    Agora, têm tudo, e não dão valor a nada.

    Um beijinho, Cláudia

    ResponderEliminar
  3. Eu confesso que não vejo nenhum problema em usar diminutivos e palavras como "nanar, papar". acho que é uma forma carinhosa de tratar as crianças. Não vejo que com isso se possa prejudicar o seu desenvolvimento. À medida que vão crescendo também se vai adequando o vocabulário.

    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

    ResponderEliminar
  4. Chamo a minha amiga de eleição por um diminutivo em inha. E ela a mim. Embora seja, efectivamente, nome mais extenso que o original, chamar-lhe assim lembra-me Eugénio de Andrade e mais os nomes pequenos e ternos que, diz ele, as mães inventam para chamar os filhos, "meu baiozinho-de-prata-para-pôr-ao-peito". Também é verdade que existem estudos sobre essas palavras inventadas pela ternura e que se utilizam com as crianças; concluiu-se que elas existem em todas as línguas e têm sons semelhantes. Será apenas mania e infantilização? Teremos de concluir que, a ser assim, o mundo anda a infantilizar-se há muito tempo.
    Pois a mim parece-me que a infantilidade danosa é a dos adultos. E, tanta vez vem do egoísmo.

    ResponderEliminar
  5. Concordo plenamente e depois da Formação de Técnica de Acção Educativa que durou 1425 horas (entre Outubro 2019 e Novembro 2020) confirmo que tens razão, pois foi algo que sempre se debateu, não é o popó, é o carro, não é a chicha, é a carne, etc, porque depois será muito complicado dizer a uma criança para por exemplo ir buscar um ovo se toda a vida chamaram o dito cujo de tété....

    ResponderEliminar

E tu? O que tens para dizer?