Eu por mim

No outro dia dei por mim a pensar que, com tanto afastamento dos supostos amigos, quem ficará no final de tudo?

Cheguei à conclusão que ninguém, ou quase ninguém.

E com esse pensamento, veio outro.

A minha rica mãe.

Eu ligo-lhe normalmente 3 vezes ao dia. Principalmente durante os dias úteis. De manhã, antes de entrar ao trabalho, na hora de almoço e não tantas vezes, à noite, quando já estou deitada.

E comecei a pensar, que vai ser de mim, com quem irei falar, quando ela não estiver cá?

É que realmente é com ela que desabafo. É nela em quem mais confio. É a ela a quem conto tudo. É ela que me ouve, mesmo não percebendo metade dos meus assuntos, mesmo eu explicando, mas ouve-me. 

Tenho andado a pensar nisso. Eu sei que não interessa pensar nisso e convém é aproveitar o tempo que temos, que não sabemos nunca quando acaba, seja para ela, seja para mim... Mas comecei a pensar nisto e doeu.

Mas é uma ideia à qual, infelizmente, temos que nos adaptar. É que venha quem vier, no final, somos só nós.

Fiz este desabafo acima, que me sentia sozinha principalmente por não ter ninguém com quem falar e ela só me disse "ei! Não me metas no mesmo saco que os outros"... Começamo-nos a rir e eu disse-lhe "sim, é verdade mãe, tu ouves-me, mas também não metes em prática o que te digo" e ri-me e ela "mas afinal é para ouvir ou não?"

Macaca, desarmou-me😅

O meu marido, se não falar de desporto ou corridas, nada fala, nada mais lhe interessa e já me cansa e afinal, é a pessoa com quem supostamente passo mais tempo. 

Mas enfim, é eu por mim.