quarta-feira, setembro 14

Luxos ou não?

Quem me segue, sabe que tanto eu como o marido, recebemos mais que o ordenado mínimo e não temos filhos.

Isso permite-nos fazer/ter algumas coisas que, noutras condições, talvez não conseguiríamos.

Temos as nossas despesas e acreditem quando vos digo que apesar de pelo menos eu conseguir poupar um bocadinho do ordenado, muitas vezes nem 10% consigo. (E baseando-me no meu mapa financeiro, o bolo é mesmo despesas fixas que, infelizmente, não consigo reduzir por agora).

Mas voltando ao tema de conversa, o que considerar luxo ou investimento?

Há dias, falava com a minha irmã (25 anos contra os meus 34 anos) e ela disse-me algumas coisas em que acredita que me fizeram confusão.

Ela quer engravidar, como já sabem, eu não estou para aí virada. 

Mas, digam-me o que disserem, para ter filhos, é preciso dinheiro. E não me faz sentido ter poupanças e estoirá-las com o nascimento de um bebé. Aquelas poupanças são a minha almofada financeira, não uma poupança para gastar em puericultura, por exemplo.

Então ela começou com a conversa que, arranjar as unhas é um luxo. Ir ao ginásio, é um luxo. 

Meus amigos, infelizmente sei de muita gente que mal tem dinheiro para a comida, quanto mais para ir arranjar as unhas, mas não refiram aquilo que eu disse, como luxos. 

Eu gastei, porque podia, óbvio, uma fortuna a arranjar os dentes. Se é um luxo? Não. É uma necessidade básica! Todos deveríamos ter acesso a dentista público. Acham que colocar aparelho é um luxo? Poderá ser considerado luxo sim, se for só por estética, mas no meu caso, por exemplo, já tinha dificuldades em comer.

Ir ao psicólogo é um luxo? Não. Só eu sei como estava a ficar a minha saúde e como em sinto agora. 

Ir ao ginásio é um luxo? Não. Se não fosse o ginásio, eu estaria bem pior da minha ansiedade.

Arranjar as unhas é um luxo? Também não o acho, pois a vida é claramente mais que trabalhar para os outros enriquecerem e pagar contas.

Agora se toda a gente tem acesso fácil a estas coisas? Mais uma vez e com muita pena minha, não, não têm.

Mas não lhe chamemos luxos. Pois não o são. Na minha ideia, são necessidades básicas que nem toda a gente tem acesso, INFELIZMENTE!

 

Comprar roupas de marcas, talvez seja um luxo. Comprar roupas mais baratas já não, principalmente se precisarmos delas.

Ter um grande carrão de marca, talvez seja um luxo. Ter um carro normal para ir trabalhar, não.

Ir viajar para o estrangeiro, talvez seja um luxo. Mas ter direito a férias e a não fazer nenhum nesse período, poder descansar, espairecer, divertimo-nos, não.


Aqui o problema está que somos quase chicoteados pela sociedade a achar que, só porque nos arranjamos, passamos férias fora cá dentro ou andamos no ginásio, somos ricos. 

Isto, a meu ver, são os mínimos! E todos, mas todos, deveríamos ter acesso a eles.

E ter um filho, por exemplo, não nos devia colocar entre a espada e a parede e termos que decidir se temos efectivamente o filho e deixamos de ter possibilidades de tratar de nós ou não o temos e conseguimos viver com a mínimo de "dignidade".



6 comentários:

  1. Está convicta de que o que faz é o melhor para si, não está? Pois continue. Se um dia inverter prioridades, que o faça segundo as suas convicções. Aceite apenas que existam pessoas com prioridades diferentes, talvez sua irmã seja uma delas. Todos temos direito (eu diria dever) a estabelecê-las. Aliás, de acordo com a vida que tem, cada um responde pelos seus prioritários.

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  2. Existem certas coisas em nossa vida que são necessidades.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está no ar com muitos posts interessantes. Não deixe de conferir!

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    Até mais, Emerson Garcia

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  3. Muita justificação... Se está a agir de acordo com o que sente que precisa, o dinheiro é seu. Eu por exemplo, não sei o que é ter um carro normal, porque o seu conceito de normal, é diferente do meu mas sem dúvida que, quando posso, gasto o que quero, sem nunca esquecer o meu papel social.

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  4. Cada um tem as suas prioridades que se vão alterando ao longo da vida, as minhas prioridades aos 25 eram bem diferentes das dos 34 e a anos luz das dos 44 anos. Tal como não devemos julgar os outros não devemos ser julgados, cada um sabe de si.

    Só há algo que me faz muita confusão, pessoas que se queixam que não têm dinheiro para o essencial mas não descuram idas ao café, esteticista, manicure e similares, nem deixam de fumar...

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  5. Depende.
    Há alturas em que temos de pensar o que é realmente importante para nós, pois a idade não perdoa.
    Conheço quem esperou para engravidar e teve de gastar muito dinheiro em tratamentos e outras nem conseguiram (nem €, nem filhos).
    Ter um filho não tem de ser caro, mas muda a nossa vida. Felizmente não notei a nível financeiro (sou mãe low cost), mas notei na gestão do dia-a-dia.
    Cada um sabe de si e das suas prioridades. :)

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