quarta-feira, setembro 4

O que for para ser meu, a mim virá

Pode parecer uma frase toda pomposa ou um cliché, mas é a mais pura das verdades. Ou aliás, assim quero acreditar que seja.

E se as coisas não aconteceram como esperávamos, apesar de eu muitas vezes ficar bem triste e desiludida, de mal com a vida, após ponderar bem ou até muitas vezes sem arranjar lógica para ter sido recusada, tento pensar que se não foi, é porque não teve que ser e melhor estará lá à frente.

Se isto é tudo muito bonito? É.
Se é fácil pensar assim? Não.

Mas tenho tido muito este pensamento em relação a arranjar trabalho novo.

Até digo para mim mesma "estou um não mais perto do meu sim"...


Mais uma vez, não é fácil lidar com frustração, com a tristeza, mas temos que avançar.

Porque estou a falar disto?

Porque como sabem, eu tenho vontade e necessidade de mudar de trabalho. A empresa está com a corda ao pescoço, aqui não há futuro nem é futuro. Ganho mal para o que faço. Etc, etc, etc...

Mas... com o surgimento da conversa do bebé, a coisa muda um bocado de figura.

Eu inscrevo-me quando vejo algo que me agrada, atenção. Estou mais exigente para onde mando Curriculuns. Serve-me as quedas que já dei. Muitas vezes, até são as próprias empresas de recrutamento que entram em contacto comigo, pois têm lá os meus dados na base de dados. Fico sempre muito contente quando assim o é.

Tenho recebido propostas boas. Que se me aceitassem, eu dizia que sim na hora.

O problema, como referi, é o tema bebé.
Tenho um elefante na sala, não posso disfarçar que não existe. Ele está lá.

Portanto, nas entrevistas, quando avançam, eu sinto uma obrigação tremenda de dizer que estamos a planear uma gravidez. É verdade, pode acontecer daqui a 2 meses, 6 meses, 1 ano ou nem acontecer, mas como referi, não consigo fingir que não está a acontecer. Porque mesmo oferecendo contrato sem termo, ainda por cima tratando-se de empresas grandes, rapidamente me despedem e adivinhem? A minha ideia não é ficar sem trabalho.

Sei que me prejudica, sei que muitos recusam por causa disso, mas não consigo mesmo ser de outra maneira ou mentir ou omitir. Algumas empresas até o podem merecer, mas eu não tenciono mesmo, de todo, ficar desempregada. Ainda para mais nesta situação. É que depois ainda mais difícil é. Pior, sei que vou entrar em stress, em depressão, em tudo e não quero mesmo. 

Mais uma vez, o elefante está no meio da sala. 

De que me vale mentir agora, e daqui a 2 meses, por exemplo, ter que dizer que olhe, afinal estou grávida? Que ganho eu com isso? Um chute no rabo, pois claro.
Atenção, podem existir por aí muito boas empresas! E sei que muitas aceitam esta situação na boa. Mas não é o caso da maioria. 

Sei que perdi e irei perder muito boas oportunidades, infelizmente. Tenho plena noção disso. Mas entre ter trabalho mau mas que ainda vou recebendo e posso passar por tudo calmamente ou ter trabalho agora e daqui a 6 meses não e entrar em desespero, esqueçam, a 1ª opção é a melhor.

Teria a hipótese de dizer que aguardo, que adio a decisão, mas a idade e os problemas na tiroide já não mo permitem. E aliás, já ando a tomar comprimidos para isso!

Depois claro, é-me impossível não pensar que "ainda não nasceu e já me está a prejudicar"... 
Porque eu quero mesmo mudar de trabalho... Mas preciso acalmar esta minha veia mais "bruta e negativa" em relação à gravidez. Tenho muitas crenças negativas, que preciso mudar.

Mas, como referi, apesar de tudo, este pensamento vem-me sempre à cabeça "o que for para ser meu, a mim virá"... E quero acreditar que se agora não foi, é porque lá há frente vem aí coisa bem melhor!

Estou um não mais perto do meu sim.

4 comentários:

  1. O mercado de trabalho infelizmente está como todos os outros (alimentar, habitação, créditos, etc), está uma b*sta. Há "7 cães a um osso" como se costuma dizer e depois as ofertas limitam-se a isso, como há tanta gente para um posto só as recompensas que dão são quase nulas, quer se tenha mais formação ou não.
    É por isso que estamos como estamos, a receber pouco mais que o ordenado mínimo nacional, eu nem o médio recebo.

    Sobre o que for para ser teu, será. Isso sem dúvida, nós atraimos.

    Sobre o facto do bebé ainda não ter nascido e já te estar a prejudicar, não penses assim... de todo. Eles são umas benção na nossa vida. E acredita que se não estás a conseguir mudar a culpa não é de o bebe que ainda não existe, vá que esta situação até te esteja é a precaver de algo pior. Estás num sitio mau? estás. Mas quem garante que a precipitação de mudar não te levava para pior...? assim esta situação do bebe está a fazer-te ponderada e assertiva nesta situação.

    Beijinho :)

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  2. olá!
    O pensar no futuro está a condicionar as decisões, que entendo que não seja fácil, mas não podia deixar de lhe dar os parabéns! acima de tudo pelo profissionalismo já com a entidade que pensa ir.. também se vê pouco, trabalho existe, mas tenho tido oportunidade de verificar que cada vez mais as pessoas querem ganhar mais mas ter menos trabalho e pouca disponibilidade... e deixar a entidade que tenta dar as condições e oportunidade em situação difícil não vale é desistir de procurar e sonhar com algo melhor...

    Eu trabalhei a gravidez toda, estive sempre muito bem o que facilitou em todos os aspetos. Não sofra por antecipação!! o que tiver de ser será!!!

    :-)

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  3. Ignorava que o planeamento familiar entrasse em linha de conta para a empresa empregadora. Não existem tribunais para defender tais injustiças?! Então uma mulher para se empregar não deve ter filhos pequenos nem intenção de procriar (de novo ou pela primeira vez, não interessa).
    Conheço várias mulheres que passaram a gravidez inteirinha deitadas. Por certo saturaram do castigo, mas ter os filhos era um sonho delas, estão todas contentes e são raras as que se referem a esse período. Portanto, se for um sonho da Cláudia, nada a demove e nem pensa em tal. Se lhe ocorre demasiadas vezes essa ideia, talvez seja melhor verificar as suas prioridades. Há gente feliz sem filhos. Por opção.
    Tenha cuidado consigo.

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