Na Quarta passada faltei ao trabalho pois tirei o dia a que tenho direito para acompanhar o marido no velório/funeral do avô dele.
Posso dizer que foi coisa que durou o dia todo.
Saí de casa perto das 9h30, só entrei eram 16h30.
Claro que pelo motivo em si, já é um dia mais emotivo, mais carregado negativamente e com as energias mais em baixo.
Depois, ouvir pessoas a chorar, ver caixões a andarem ali de um lado para o outro, pelo menos a mim, faz-me confusão. Mexe-me com o sistema todo.
Eu não entrei no velório, nem na parte da missa. Não entendo o porquê (quer dizer, entendo mas não entendo vá) que é preciso estar ali o caixão aberto. Já tive que assistir a um em que nem tapado o corpo estava. Desculpem mas ia-me dando um fanico.
Então aqui, preferi nem entrar.
Mas só de ver os caixões a andarem de um lado para o outro, ia tendo um ataque de ansiedade. Começo a pensar nas pessoas que já perdi, nas que ainda vou perder, infelizmente, e começa tudo a andar à roda aqui na minha cabeça.
Mas, como disse, ia tendo um ataque. Sinto que às vezes é preferível tê-lo do que andar ali no limbo, mas a verdade é que me consegui controlar. Fiz a respiração que o psicólogo disse, tentei mudar o foco da mente e consegui.
Não senti que fizesse o efeito rápido ou total como estava à espera, mas consegui evitar um ataque. E não tomei nenhum calmante.
Fiquei tão confiante, nem imaginam!
4 comentários:
"Desculpem mas ia-me dando um fanico", esta frase primeiro fez-me rir (e desculpa, não é incessibilidade minha, é porque me deu alguma graça), depois fez-me ficar a pensar quando terminei de ler o teu texto todo...
Muitas vezes somos "obrigados" a estar porque é família, a levar filhos, netos, etc, e esse "fanico" que falas é perigoso no moldar das nossas emoções, recordações e definição de carater... Tu tens mais de 30 anos, lá te soubeste dar a volta à situação e optaste por não entrar, e quem é menor e tem de acompanhar?... levantas-te uma questão que me doeu na alma.
Quanto à tua conclusão, gostei muito de saber, que frente a uma situação de risco as tuas consultas de psicologia já estão a ajudar, és um bom testemunho. :)
Beijinho e continua
É a vida, sendo que a morte também faz parte dela...
Bom resto de semana, amiga Cláudia.
Beijo.
Não gosto nada de ir a funerais, nem de nada do que implica. Mas, quem gosta, né ?
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No meu pensamento faz frio ...
Votos de um dia feliz. Beijo.
Os mortos não me impressionam na sua frieza de mármore. Mas os funerais são sempre funestos. Acompanhar os mortos é um dever, o último sinal de respeito. Nunca agradável.
Usufrua da vida e não pense mais nisso, Cláudia. Apesar de a morte ser o mais certo que temos, fomos criados para viver.
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