Após a minha licença acabar, que tirei a licença dos 4 meses a 100%, entrou o meu marido com o 5º mês, também ele pago a 100%.
Como não estava nada confiante de deixar o meu filho na creche logo assim tão pequeno e para que nós dois nos habituássemos à ideia, mais eu que ele, provavelmente, decidi colocar o mês de férias também.
Estava na dúvida em relação à licença extra, paga essa a 30%, mas vou mesmo avançar.
Entrei de férias dia 18 de Novembro, até dia 18 de Dezembro. Depois entram duas semanas de feriados e dias que a empresa dá e rapidamente se chega a Janeiro.
Em Janeiro, decisão tomada de tirar o extra licença e ficar mais 1 mês em casa com ele. Pelo menos!
Assim faço a introdução alimentar nas calmas, acompanho mais o meu filho, não precisa estar logo as 4h na creche... penso ser o ideal. Até pela maneira como as coisas correram...
E claro, depois logo vou vendo o desenvolvimento dele, que "trabalho" dá ter ele em casa e eu a trabalhar.
Mas penso que, 2 meses de adaptação tanto para ele, como para mim, é suficiente. Ou não...
Bem... Dia 18 de Novembro, o 1º dia em que o fui levar à creche... Deus, o nervosa que eu estava.
Fiz como se fosse trabalhar. Para perceber quanto tempo demorava entre deixá-lo e voltar para casa.
Um aperto no peito ou nem sei que lhe chamar, estava mais que instalado.
E claro... chorei. Chorei muito. Chorei nos dias anteriores, chorei na noite anterior, chorei no dia... chorei já depois quando o tinha já comigo.
A sensação de abandono é real. Não o ter ali ao pé de mim... estranho!
Mas deixei-o e senti que ele não estava bem. Mas como eu estava a chorar... agarrei e vim embora chorar para o carro e ir embora. Cheguei a casa de braços vazios e depois de telefonar à minha irmã e marido, lá tentei acalmar e ia aproveitar a hora para tratar das coisas em casa.
Lavei apenas a loiça e fiz a cama...
Ligam-me da creche:
"Olá, mãe. Olhe, pode vir buscar o Tomás. Não pára de chorar e está muito nervoso..."
Saí de casa a correr. Se esteve lá 30 min, foi muito.
Cheguei e peguei logo nele... estava num pranto, coitadinho. E nem no meu colo se estava a acalmar. Dei-lhe mama para ver se o regulava.
Explicaram que não pega na chucha, e eu sei que não, não fica na espreguiçadeira, nada. Eu sei disso tudo. O máximo de tempo que estou longe do meu filho, é 1h para ir treinar e treino a correr, em stress, porque já sei que me quer a mim. Nem o pai o acalma.
Ah, é só mãe, disse a minha mãe, quando lhe liguei a contar as coisas.
Quer o quê? São já 5 meses dedicada exclusivamente a ele. Dou mama, faço as refeições, trabalho, com ele sempre no colo, por não se aguentar mesmo em lado nenhum. Não o deixamos a chorar, mas se chora, só eu o consigo acalmar. Eu sou o tudo dele.
Senti-me mal por isto tudo. Mas claro, vou insistir. Já não venho é a casa. Deixo-me ficar lá no estacionamento com um livro e assim que me ligarem, vou buscá-lo.
Senti-me mesmo super mal, ele só chorava, tanto, tanto... 😔
Elas até foram impecáveis. Mesmo ao colo delas, não se calou nem acalmou, mas ligaram-me logo. Verdade seja dita, também não o querem lá assim, além de ser péssimo para ele, depois não dão conta dos outros todos que começam a chorar também.
Por muito cuidado que elas tenham, os nossos filhos precisam de nós. Eles ainda não fazem actividades nestas idades. Só vão para lá porque os pais precisam trabalhar. Não vai socializar, não vai aprender nada, só vai apanhar vírus e pronto. Não lhe vão dar tanto colo como eu dou, tanta atenção...
E por isso é que decidi colocar as férias e o mês extra. Para poder que, no máximo, ele fique lá apenas 2h e e... provavelmente isso só acontecerá para Janeiro, não sei. Pelos vistos nem 1h se aguenta.
Em relação aquilo que senti... Daquilo que vejo, isto depois passa a ser tão normal, tão habitual, que este sentimento desaparece. Mas lá está, quero que ele fique mais "independente", que cresça mais um bocado e talvez não sofra tanto com esta transição.
Mas já disse, sou muito agradecida por o poder acompanhar tanto. Por poder trabalhar a partir de casa este ano todo e poder tê-lo lá só em part-time, quando isso acontecer. Mas dói, oh se dói.

4 comentários:
Olá Cláudia,
Bom dia
Na tua conclusão, não, esse sentimento não desaparece, tu acabas é por viver com ele e por o ter na tua vida como natural. Uma mãe que é mãe, vai viver com essa espécie de abandono sempre, há dias dolorosos mesmo. Que vir de braços vazios como tu disseste, dói de verdade.
Isto lá está, ... para as mães de verdade.
Esta fase de o começar a deixar é realmente a mais difícil, ainda para mais se ele reage assim, mas lá na frente vai doer também, porque eles vão fazer coisas, ganhar aptidões longe de nós.
E isso foi uma coisa que sempre pedi na creche do meu, saber o que vão fazer, como e quando, para eu também em casa fazer, para o ver ganhar aptidões eu mesma... como o pegar em tesouras (que está a começar agora) etc... Não quero o meu filho a crescer "fora" de mim e da minha noção.
Mas vai muito da relação de mãe, da preocupação de querer fazer parte.
Espero que hoje já corra melhor... E que chores tu e não ele xD, pelo menos seria um avanço para ele, tu ainda te vai custar uns belos dias... mas isso só mostra que estás a fazer o certo e a sentir o certo.
Já te disse em privado, a parte social também é importantíssima para ele, e com certeza ele fará amiguinhos especiais :)
Beijinho e um abraço hoje *
Vejo que já tens tudo planeado, no entanto o melhor seria fazerem uma "adaptação sem a mamã". 😊 Sem isso vai ser difícil para os dois. Se estás de férias e tens a tua mãe, combina com ela e deixa-o lá durante 1 ou 2 h (vai aumentando o tempo). Na creche, se o objetivo é tirar férias/licença, só vale a pena fazer a adaptação na semana anterior.
Eu ainda não decidi o que fazer à minha filhota. Quero introduzir os sólidos, dar as vacinas dos 6 meses e depois logo se vê. Talvez lá para janeiro.
Não tive problemas com os mais velhos, espero que esta seja igual.
Força!
Bj,
SM
Olá @Teia
Realmente é isso, aprender a viver com este sentimento, porque ele vai sempre ser meu filho...
Faz sentido, quereres acompanhar esses marcos. Pretendo também acompanhar todos, sim :)
Preciso mesmo de acalmar o coração.
Beijocas
Olá @SM
Ele já foi para a creche. Hoje foi o 2º dia. Eu não fico lá dentro. Estou na rua. Hoje fiquei lá a hora toda, no carro.
Já correu um bocadinho melhor.
Pretendo fazer a adaptação assim, para os dois. Para eu me habituar e ele ver que eu apareço sempre. Até janeiro deve ser só mesmo 1h ou 2h na loucura, se ele se aguentar melhor.
O meu já começou ontem também a introdução alimentar. É só novidades. :)
Beijocas
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