Já sabem que nunca o desejei. Nunca o quis. Quando chegou, eu tremia que nem varas verdes e até chorei. Aliás, foi uma semana inteira de choros, devido ao meu medo de infância.
Nunca se aproximou demasiado. Até sentir que o podia fazer.
Agora? Quase nos sinto unha e carne.
Sinto-o como um filho.
Irrita-me e bato-lhe, mas se acho que abusei, acabo por pedir desculpa, mesmo sabendo que não entende.
É muito cusco, esfomeado, desobediente. Passo os dias inteiros a ralhar com ele.
Mas a verdade é que agora não via a minha vida sem ele.
Mais uma vez, para mim, é quase um filho. Uma criança com dois anos, que entende algumas palavras. Mas bastante mais independente em algumas coisas.
Uma grande responsabilidade. Que não interessa se estamos cansados no final do dia, temos também que dar atenção, ir passear e brincar. Quantas vezes não me apetecia era descansar mas agarrava e ia brincar com ele ou passear?
Tornou-me mais responsável ainda, se é que é possível e acho que melhor pessoa.
E mais uma vez, agora não vivo sem ele.
2 comentários:
Refere-se ao cão?
Cumprimentos poéticos
Lindo relato y si es bueno jugar y descansar a pesar de todo.
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