quinta-feira, abril 15

Família

Este assunto é delicado e cada um tem a sua opinião.

Já encontrei várias pessoas com o mesmo pensamento e uma delas é a minha mãe. E nada tem a haver com influência dela, soube-o há um mês, se tanto.

Para mim, a minha família, é a família de sangue. (E aqui não entram aquelas questões de amigos também serem família, de famílias que sofrem maus tratos, etc). Eu não consigo considerar a família do marido, minha família. Não os chamo de tios, avós, primos, nada. Primos são, dele.

Eles a mim chamam sobrinha e dizem "o tio isto" ou "a avó...". Por um lado, não me incomoda, mas eu sou incapaz de lhes chamar tios/avós.

E... a parte mais "polémica" mas a qual descobri que a minha mãe  pensa igual e outras pessoas que me cruzei pela vida, também... Não considero o meu marido família.

Como hei-de explicar isto? Ele já sabe a minha opinião, ele não gosta claro.

Eu tenho uma família com ele, nós os dois. Estamos casados, etc.

Mas não o considero família família, tanto que eu digo que o meu avô, não é avô dele.

Um filho sim, é família, o marido, não considero. Porquê? Porque é através de um contracto que ele ficou minha família e, acabando esse contracto, deixa de o ser. 

A minha mãe pensa igual, as outras pessoas com quem falei também. E isto não significa que não haja amor, que não haja respeito, fidelidade, nada. Muito pelo contrário.

Talvez, se eu quisesse um filho, a minha opinião mudaria, uma vez que passamos a ser três e partilhamos uma coisa em comum, a cria, mas mesmo assim não sei.

Alguém por aqui que partilhe da mesma opinião? Qual a vossa opinião acerca do assunto?



6 comentários:

bea disse...

Não penso que a Cláudia seja uma ave rara por pensar assim: um marido não é família de sangue. Ponto. Também não julgo necessário que a sua família passe a ser nossa. Afinal, cada um já traz uma família. No meu caso, por casamento, nenhum de nós adquiriu tios, primos, irmãos e etc. Também não quis o apelido do marido, visto que ele não quis o meu. E tirei a aliança assim que reparei que tinha tirado a dele. Mas julgo que tenho para com ele obrigações e deveres mais estreitos do que para com os outros elementos que são do meu sangue. É um contrato feito com base numa escolha afectiva (a família a Cláudia não a escolheu, coube-lhe por arrasto de viver) e que envolve intimidades que ultrapassam o âmbito da família de sangue. No meu entendimento, haja ou não um papel passado, que isso pouco interessa, é mesmo uma relação que vai além de qualquer relação familiar excepto a que existe entre pais e filhos. Tendo por base o sentimento, terá de ser muito mais cuidada, não é indestrutível e pode mesmo ser atirada fora, substituída ou apenas terminada.

Joaquim Ramos disse...

Interessante o seu ponto de vista com o qual concordo parcialmente. Não trato a minha sogra por mãe (nem por sogra), contudo a minha mãe tratava a sogra por mãe (talvez por ter ficado órfã muito cedo) o que sempre me soou esquisito, mas era uma pessoa tão santa, que aquilo soava-me mais a adoração religiosa que a laço familiar. Os tios e tias da minha mulher lá da terra, trato-os por tia Maria e tio Manuel, primeiro, porque toda a gente os trata assim, depois porque me soa mal chamar-lhes senhor Manuel ou D. Maria.
Quanto à minha mulher, não sendo de sangue considero família. Contudo, você está correctissima, porque o casamento dissolve-se, o laço de sangue nunca.
Vejo casamentos desfeitos e com filhos onde os ex não se falam, tratam-se mal e até parece que se odeiam, especialmente os que vieram ocupar o lugar, e vejo muitas mães que impedem os filhos de se relacionarem com os pais, quando estes se divorciam e arranjam novas famílias.

" R y k @ r d o " disse...

Penso como a Cláudia. Jamais eu conseguiria chamar pai a outro home que não fosse o meu pai de sangue. Ou mãe em igual situação. Pai e mãe, irmãos, só existem os de sangue. Os outros podem ser mas de outras pessoas. Nem os meus pais gostariam que me ouvir chamar pai ou mãe a outras pessoas. Nem pensar.
.
Abraço poético.
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

Marisa Reis disse...

Concordo com as duas, eu digo sempre "as tua sobrinhas, os teus primos, os teus tios" porque lá está ele é meu marido mas os familiares dele não me são nada. Família é a de sangue, como tal não chamo primos aos maridos das primas nem tios aos maridos das tias.

Hoje podem ser da minha família e amanhã já não, por isso não considero nada que sejamos "aves raras", somos sim objectivas e com as coisas bem definidas.

Também não adquiri o sobrenome do marido com o casamento nem ele o meu e já passaram quase 19 anos. Ele já há muitos anos que não usa aliança, primeiro por causa do trabalho e depois por ter cortado uma ponta do dedo num acidente de trabalho e eu uso-a diariamente excepto se estiver com os dedos inchados como aconteceu à uns meses e ele próprio disse "eu também não uso, qual é o problema?"

O meu filho também é como eu em relação às tias, as irmãs do meu marido são tias mas o marido de uma e o ex-marido da outra nunca foi tio, até porque sempre se habituou a ouvir-me tratá-los pelos nomes e não como cunhados/tios dele...até porque eles a mim não me eram nada, as mulheres é que eram cunhadas.

Cidália Ferreira disse...

Muito bem. Respeito a sua opinião!:)
-
Se eu escrevesse a estória da minha vida
-
Beijos, e uma excelente noite

Isa Sá disse...

Cada pessoa sente as coisas de forma diferente. Mas o certo é que se vê muitas famílias que parece não terem laços de sangue....tal é a indiferença com que se tratam.

Isabel Sá  
Brilhos da Moda

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...