sexta-feira, junho 24

As provas do marido e os nervos

O marido sempre fez provas, como sabem.

Para mim, sempre em demasia. E ele não sabia bem o que queria. Ora queria ficar grande e musculado, ora queria engordar para ter mais peso, mas saudável... Ora que emagreceu. Parece que esses dias de dúvidas acabaram.

Está focado numa coisa e assim se notou, pois começou a levar as provas mais a sério.

Antes ia a todas, pagava rios de dinheiro e ia na desportiva. Nervos? Zero. Balúrdios gastos não só nas provas, mas na deslocação, alimentação e muitas vezes, na dormida. Em termos de gastos, tudo igual.

Desde que descobriu o que quer e com isso veio a dieta, perda de peso e um foco diferente nos treinos, que começou a levar a coisa mais a sério e deixou-se de macacadas nas provas.

(Já não se inscreve em todas, apesar de continuarem a ser muitas. E claro, treina todos os dias, fds incluído.)

Já foi a um pódio de 3º lugar. E tem ficado algumas vezes em 4º lugar, que é aquele lugar da treta. Então na última prova a que foi, ficaram em 4º lugar por 12s. 12s senhores. É mau de mais.

Mas achei graça a um comentário dele, nesta última prova.

É que antes, os nervos eram zero. Como ia na brincadeira, tranquilo.

Como agora quer ir a competir, a coisa mudou de figura.

Sente nervos. Está na partida cheio de nervos. E não sabe como controlar.

Só me virei para ele e lhe disse: vês o que eu digo quando estou nervosa? É isso que estás a sentir só agora, mas sinto o dia todo.

E só assim as pessoas percebem. Passando pelo mesmo, mesmo que seja só ali aquele bocadinho.

As coisas "físicas" que ele sente e se tornam cansativas e é só ali uns minutos, imaginem multiplicar isso por um dia inteiro. Todos os dias.

Ter ansiedade cansa. Muitas vezes até dói. Porque os músculos não relaxam. E a barriga dói. As costas doem, dói tudo. Não nos deixa dormir. Perdemos o apetite ou temos um apetite voraz. Queremos fazer tudo ou nada. Depende dos dias.



3 comentários:

bea disse...

Deve ser horrível ser assim ansioso. Julgava que a ansiedade era apenas aquilo que conheço, um estado de nervos em dados momentos.nTal como a Cláudia o descreve devem ser longos e pesados dias. Um pequeno martírio que a psicologia está a resolver, não é? A psicologia e a Cláudia.

- R y k @ r d o - disse...

O que interessa é o marido se sentir bem e tranquilo. O resto é vento que passa.
.
Cumprimentos cordiais.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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O ultimo fecha a porta disse...

Costumo alinhar nalgumas "provas". Por carolice pq nunca na vida irei a pódio, nem tenho pernas para grandes tempos. Gosto pela experiência. Não gasto muito dinheiro: ora me inscrevo na 1ª fase, ora vou por passatempos das redes sociais.
Noto que depois da pandemia têm surgido alguns eventos novos. Não sinto qualquer ansiedade, precisamente pq vou na desportiva e sem qq expetativa.
É natural que quem leve mais a sério (e parecendo que não, os relógios colocam uma pressão adicional com a lista interminável de métricas), se sinta mais nervoso.

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