terça-feira, abril 28

Dívidas, cartões de crédito, empréstimos e afins

Venho hoje falar deste assunto porque há coisas que me fazem confusão e é a minha opinião/ realidade.

Relembrando que não tenho filhos e não ganhamos o ordenado mínimo, apesar de o meu ser pouco acima.


Ligaram-me já várias vezes de vários bancos onde tenho conta, a falarem dos créditos pessoais, cartões de crédito, etc.

Sei que os bancos vivem disto, mas bolas, passarem a vida a impingir créditos, cartões, eu sei lá, é demais.

Neste assunto tanto eu como o meu marido estamos de acordo (deve ser o único) - Não compramos nada a crédito. Não se usa cartões de crédito. Não se tem contas ordenado. E ainda bem.

Temos apenas dois créditos. O da casa, que tem que ser claro, e o da mota (que está a acabar🙏) que foi sem juros. Se não fosse, eu ia emprestar dinheiro ao marido para ele a poder comprar a pronto.

De resto? Não compramos telemóveis de 900€ nem lá perto, só porque é o último da moda e está também sem juros.
Sei de pessoas sem filhos, a viverem em casa dos pais, que não ajudam nas despesas como eu também nunca ajudei atenção, que não juntam nada e ainda vivem de créditos e contas ordenado.

Não compramos jogos para a PlayStation assim que saem e dar 90€ por um jogo. Sabem o que posso fazer com 90€? Posso ir passar um fim-de-semana fora, para não falar só em "pagar contas".
Mesmo para as crianças, a sério, um jogo de 90€ é mesmo necessário?
Ok, querem fazer tudo por elas, mas será o jogo o melhor? Não podem comprar um em 2ª mão, visto que daqui a um par de meses, esse mesmo jogo está a metade do preço?

Mesmo no crédito habitação, o valor pedido foi baixo e foi a nossa sorte, mas o próprio banco, que era o que ia ganhar com isso, já queria que o crédito ficasse a 40 anos em vez dos 25 anos como está, para se pagar pouco agora de início que se tem muitas despesas e comprar as mobílias e blá blá...
Não, não queremos e tive que bater o pé e ler as coisas bem, com receio que fossem mesmo pôr os 40 anos.
Se agora, mesmo que custe, podemos estar a abater imenso do que devemos, para quê andar a pagar 100€ por mês enquanto a euribor está baixa e depois ela aumentar aos píncaros e ir pagar 700€ e ainda dever tudo?
É um esforço muito grande? Estaria a mentir se dissesse que sim, mas no entanto, não deixa de ser um esforço.

Mas acabamos por nos privar de algumas coisas para poder fazer os "esforços".
Não jantamos fora todas as semanas. Nem mandamos vir comida.
Lá está, não compramos TVs inteligentes que se ligam só de falarmos com ela. Para quê?
Não compramos telemóveis topos de gama.
Comprou-se a mota para se poupar gasolina no carro e que poupança.
Nem um aquecedor tenho em casa, que sei que consomem muita energia. Veste-se mais roupa.

Mais uma vez, sei que esta realidade com filhos é diferente, há mais comida a comprar, roupas, coisas da escola... Eu, se tivesse filhos, já tinha que ir às poupanças e não tarda não saberia como sobreviver. É um facto. Fraldas, leites...

Mas este meu foco é mesmo nos vários exemplos que conheço de malta solteira ou mesmo casada, sem filhos, que vive acima das possibilidades.

Se eu gostava de poder viajar pelo mundo? Adorava! Tenho dinheiro para isso? Não. Então não vou.
Tento juntar e vamos para o ano.

Viver em casa dois pais e ter um cartão de crédito??? Para? Se já não conseguem sobreviver assim, para quê mais um cartão e ainda por cima com juros? Conta ordenado? Para? Há que saber viver com o que ganhamos. Aprender a viver com o que temos.

Um exemplo próximo. Vive com os pais, não ajuda em casa, ganha o ordenado, não poupa e anda sempre a pedir. Isto é vida? Mas mesmo assim, tem um telemóvel sempre última geração, vai ao cinema IMAX, passa a vida a gastar gasolina... Claro, os papás pagam. Mas os papás não são eternos.

Quando eu estudava, tinha que me orientar com 50€ por mês. Pagava o passe e pouco sobrava.
Vivia com os meus pais, não trabalhava, não pagava as contas em casa. Mas acham que tinha telemóveis de 500€? Nem de 200€ quanto mais. Acham que ia a festas? Não saía de casa para nada.
Eles já a fazerem o esforço e eu ainda os ia prejudicar mais? Não, meus amigos...

Está um desabafo grande, demasiado... Mas tinha que ser. Muita gente anda a viver de aparências e rebaixam os outros e isto custa-me muito.

Eu própria já fui "rebaixada" por uma "amiga" (já me livrei dela) porque ela usava roupa da Salsa e eu ia à Bershka, Stradivarius, etc... e isso era onde ela comprava roupa para fazer limpezas...
Sei que vive com a conta sempre a negativo, só fica positiva e pouco quando recebe os subsídios e tem cartões de crédito para pagar. Vive com os pais e não paga nada em casa e anda sempre atrás de homens que tenham mais para a poderem sustentar.

Cada um com as suas...

6 comentários:

Isa Sá disse...

Infelizmente os bancos inundam as pessoas que "ofertas" e mais "oferta" que muitas vezes levam a família ao endividamento......muitas pessoas vivem a crédito...

Isabel Sá  
Brilhos da Moda

A Teia Dos 20 Mais x! disse...

Olá :)

Sou suspeita para falar né? ahahah, aqui está um assunto com o qual muito me debato.

Tenho a mesmíssima ideia que tu. A comprar que seja a pronto e quando realmente temos capacidade de compra. Nada de créditos, nem nada de pedir emprestado (apesar de, como é óbvio podermos sempre contar com os nossos).

Sobre os jogos, principalmente para crianças, sim é verdade... passado 5 minutos já estão a brincar com outra coisa :|

Essa tua amiga é só o reflexo da sociedade otária e maioritária que temos, acha que é mais que os outros porque compra a e ou outros compram z, mas vive encostada nos outros. É o pior tipo de pessoa. Tentam inferiorizar mas vivem com a corda no pescoço em 25 dias dos 30 do mês. Eu só consigo sentir pena de pessoas assim, mas já cheguei a sentir raiva xD

Eu vivo em casa da família, não é segredo nenhum, mas desde que trabalho que entro nas contas da casa, e cada vez mais. Não é por obrigação é porque não me sinto bem de outra forma.

Com a actual situação acredito que muita gente vá cair nos créditos que falas logo no inicio, e essa propaganda dos bancos devia ser proibida, porque é o que estimula a segurança nas pessoas e depois afunda a economia.

"anda sempre atrás de homens que tenham mais para a poderem sustentar" pensava que já não existia disso, ahahaha

beijinho Cláudia, tudo a correr bem por aí. :)

" R y k @ r d o " disse...

Sem ser a pronto só comprei o apartamento e o carro. De resto se não tenho dinheiro que chegue, não compro, não tenho vícios (penso assim)

A verdade é que muitas pessoas fazem uma vida de fachada, gastando mais do que ganham. O mau é começar o endividamento de 5 euros...Algum (pouco) tempo depois esses 5 euros já vão em 500 e por aí fora

Apreciei muito a sua forma de pensar. Muito digna

Cumpts

Dona Maria disse...

Concordo contigo e tenho o mesmo pensamento, sou muito mão de vaca. Mesmo antes de comprar alguma coisa, que sei que posso pagar, penso muito bem no assunto e posso dizer que depois fico a chorar pelo dinheiro, ele custa muito a ganhar.
Infelizmente o que mais há é pessoas como a tua amiga, em tempo tive uma vizinha que ficou sem o apartamento porque decidiu comprar uma carrinha toda xpto, depois não tinha dinheiro para pagar o crédito da casa e o da carrinha, resultado continuou a pagar o da carrinha e ficou sem a casa. Nunca hei-de entender estas pessoas, nunca.

Cidália Ferreira disse...

Também não tenho empréstimos. Nunca usei nenhum desses cartões de crédito, nem nunca quis. Gasto se tiver. Não viajo e não sei quase o que são férias. Mas também penso que estarei prevenida.
-
Ventos forasteiros ...
Beijos e um excelente noite!

Isabel Jesus disse...

Eu já morei sozinha, sem ajuda de ninguém e desempregada, e sustentei-me. Aprendi e muito a poupar e a pensar no futuro.
Sou uma pessoa que pesquisa muito, compara preços e não compro por impulso.
FUJO de créditos, só tenho o da casa.
Tudo o que é meu é comprado com dinheiro vivo e apenas quando posso (foi assim, por exemplo, com o meu carro adaptado, por causa da minha deficiência, demorei 4 anos a ter carro, porque sou deficiente, mas a minha percentagem não é suficiente para ter ajudas estatais).
Eu e o m-R partilhamos apenas a conta da casa e depois, para as coisas pessoais, cada um se governa e sustenta - e assim pode fazer o que entende. Eu entendo poupar para abater ao crédito da casa, ajudar os meus pais, irmã e sobrinhos. Os meus luxos? Poupar para viajar (algo que só comecei a fazer em 2017) e fazer uma refeição fora 2 a 3x por mês.
Sim, não tenho filhos e ganho mais do que o salário mínimo, mas não me rendo a marcas, modas e compras todos os meses.
São escolhas, mas acredito que devamos ter sim prioridades e devamos ser verdadeiros.

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