quarta-feira, agosto 3

Cunhas

Para alguns trabalhos, ou para a maioria deles, ter uma cunha é sempre bom. Supostamente.

Função Pública então, dá um jeitão daqueles. Quem as tem, passa à frente ou tem acesso a coisas que o "comum dos mortais" não tem.

Se até os nossos políticos, que supostamente são pessoas com projecção, as têm, precisam delas, aproveitam-se delas, trabalham (infelizmente) com base nelas, imaginem a quem não tem projecção nenhuma. Mais necessárias são. Ou mais falta fazem.

Isto é tudo muito giro, até, claro, a "cunha" ser dada à minha pessoa.😂

 

E quando falo em cunha, falo erradamente, porque sei que não vou ser escolhida por causa desta "cunha", não vou ganhar mais por causa disso, nada. Apenas fui referênciada.

Mas serve para dar o exemplo.

Eu fui referênciada por uma pessoa e automaticamente fiquei nervosa.

Porque eu não pedi nada, não ando numa procura activa de trabalho, mas insistiram para contactar a pessoa em causa.

E como disse, senti nervos. Medo. Stress.

Senti que estava na obrigação, ainda sem saber sequer se me ligavam, de aceitar a oferta de emprego, fosse ela qual fosse. Senti que a relação profissional que mantenho com esta pessoa se ia alterar, que o "clima" ia ficar estranho, etc. se eu decidir não aceitar a proposta que for feita, pelos mais variados motivos.

Eu também penso logo na preocupação de fazer um trabalho bem feito, porque fui referênciada. De ter que "aceitar" tudo porque fui referênciada e a pessoa não ficar mal vista.

E isto, senhores, causou todo um pânico.

Dormi mal, senti nervos como já não sentia há alguns tempos e pronto... estão a ver o filme.

Depois penso, se pelo menos os nossos políticos tivessem vergonha na cara e metade da minha preocupação, provavelmente o país não estava como está.

 

Tenho consciência que não sou obrigada a aceitar nada, que ninguém fica mal visto por eu recusar, que ninguém supostamente deve ficar chateado. Mas inconscientemente, há este medo. Eu sei, a ansiedade é que está a falar.

Se me mandassem saltar de uma ponte, saltava? Mesmo que isso pusesse em causa a relação profissional/pessoal/etc que tivesse com alguém? Não, não saltava. 


 

3 comentários:

- R y k @ r d o - disse...

Em todas as profissões ter ou não ter uma cunha... eis a questão.
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Feliz semana… abraço poético
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Jovem Jornalista disse...

Pense bastante. Você tomará a melhor decisão.

Boa semana!

O JOVEM JORNALISTA está está em HIATUS DE INVERNO de 03/08/22 à 01/09/22, mas você sempre é bem vindo (a) para visitar e comentar os posts! Não deixe de conferir!

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Até mais, Emerson Garcia

Leonor Pedro disse...

Deve abordar esta situação numa próxima sessão com o seu terapeuta. Não é bom que esta situação lhe traga tanto transtorno, uma vez que a referenciação profissional é algo muito comum e que faz parte do mundo do trabalho e das relações profissionais.

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