terça-feira, julho 25

Das férias

Ir de férias depois do falecimento do meu avô, foi coisa que, para mim, não fez sentido nenhum. Mesmo que depois de pago, combinado, tudo.

Mas toda a gente insistiu. A minha mãe achou que eu devia ir, o meu pai inclusive também deu a opinião dele e era igual à da minha mãe...

Mas ir de férias, de luto, é uma merda.

Não estava com espírito, fartei-me de chorar, não descansei, não pensei em mais nada.

Duas semanas de férias e sinto praticamente o mesmo cansaço que sentia antes de vir...

Não me apeteceu passear, não ouvi música e apenas me refugiava na leitura. Sim, apanhei sol e fiz muita piscina, mas estava em contacto com a natureza. Eu não sorria. Acho que me lembro da primeira gargalhada que dei, após o falecimento do meu avô, e foi mais de uma semana depois.
E senti-me mal por ter sorrido.

Ainda se fez as limpezas de "Primavera". No dia em que soube do falecimento do meu avô e no dia a seguir, era a única coisa que me fazia esquecer por breves momentos pelo que estava a passar.

Quando regressámos, terminámos as limpezas, que ainda duraram três dias a terminar.

Não sinto que tenham sido umas boas férias.

Sinto-me cansada, drenada, tudo. 

Mas estou de volta, pelo menos por aqui.



5 comentários:

J.P. Alexander disse...

Ten una buena semana y espero que todo mejore. Te mando un beso

bea disse...

Os cálices são de beber até ao fim, Cláudia. E depois passa. Neste momento pode parecer que não, mas vai passar. Lamentável que essa morte tenha coincidido com as suas férias. Pense em conseguir uns dias juntando um feriado ao fim de semana e que, com outra disposição, poderá descansar um pouco. E não se preocupe tanto com limpezas de Primavera. Já as anulei, em minha casa não há estações do ano, faz-se a limpeza semanal e basta. Há 20 anos o corpo chegava a todo o lado. Hoje, com algum cuidado, chega a alguns lugares. E quem fala de adaptação e ainda desconhece esta, não sabe bem do que fala. Portanto, minha menina, curta a sua tristeza carinhosamente e fique ciente, não vai ser eterna.
Um abracinho

Sains Box disse...

espírito, amigo!

A teia dos 20 mais x disse...

Imagino a dor. Cada um vive a perda e o que ela representa fisicamente na vida de modo diferente.

Nunca mais se tem aquela pessoa, o cheiro, a voz, o calor do toque. Nunca mais.

É muito duro, e posso falar por experiência própria, eu que perdi o Pai, para o ver "perder-se" de dia para dia numa doença terrível. Hoje em dia Cláudia, quando tenho um problema, seja ele qual for, e muitas vezes por pequeninas coisas que nos "irrita", penso na dor que senti com a partida dele, e fica tudo tão pequeno.

Talvez esta dor que sintas te mostre o caminho, te ensine a ver que o que vivemos muitas vezes, coisas pequenas, são realmente insignificantes.

Um beijinho, e deixa a dor viver em ti, ao teu modo, ela não vai desaparecer, o processo é aprenderes a viver com ela, sem medos.

Um abraço

Cidália Ferreira disse...

Custa sempre muito, sobretudo quando fizeram parte da "nossa" vida mais presente.
Claudia, fizeste muito bem em teres ido de férias. É sempre necessário apanhar outros ares para que a cabeça não esteja a pensar constantemente. Pelo menos viste coisas diferentes, embora saibamos que nada apaga. Vai demorar até te libertares um bocado. Porém, de certeza, que o teu Avô não quer que te refugies. Recorda-o sempre pelo lado positivo. MUITA FORÇA.

Um abracinho. 🙏😘

Beijos e uma boa semana.

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