quarta-feira, novembro 22

Ter filhos ou não?

Vou abrir o jogo com vocês. Não procuro opiniões, embora ler diferentes realidades possa me ajudar a organizar a cabeça, mas nunca a decidir, porque essa decisão só me cabe a mim.

Desde que o meu avô faleceu que comecei a pensar mais a sério neste assunto.

Como já referi várias vezes, nunca quis ser mãe. Não sinto absolutamente nada a chamar para esse acontecimento. E não olho para as crianças e acho-lhes uma graça desmedida. Não.

Mas desde que o meu avô faleceu que comecei a pensar mais nesse assunto por vários motivos e lá está, podem não gostar mas são os meus e não devo nada a ninguém:

- A minha família é mesmoooo muito pequena, uma vez que tios directos se afastaram e com eles, os primos. Portanto, família que eu considero mesmo família são os meus pais, irmãos e uma "tia e primos" que nem da família são, mas foram criados connosco;

- Sou muito apegada à minha mãe e só penso no dia em que não a tiver, que espero que demore uns milhões de anos, não sei o que será de mim. Falo com ela algumas 3 vezes ao dia, para saber como está, o que fez, saber se está bem;

- Sei que ela precisa dessa "distração", apesar da idade dela. Ela até já ponderou voltar a trabalhar numa coisa dela. Isso mexeu comigo. Disse que precisava de se distrair e manter a cabeça ocupada;

- A minha irmã está no Norte, o meu irmão está cá mas é sozinho e não liga nenhuma a ninguém...

 

Posto isto, quando eu ficar sem a minha mãe, sinto que vou ficar sozinha. E já meio que sinto isso e tenho-a comigo, por isso imaginem...


E estes são os únicos motivos para eu estar a pensar neste assunto. Não tanto numa de egoísmo, mas quase.

Claro, a juntar a isto tenho:

- A questão da idade. Já vou com 35 anos e 7 meses de vida. Não posso adiar muito mais a decisão e se realmente depois quiser ter, poderá ser tarde de mais;

- A médica já referiu isso mesmo, que tenho que me decidir mesmo;

- Tenho problemas na tiroide e não ajudará à coisa.

 

Mais uma vez, poderão não ser os melhores motivos, mas são os que tenho. Bons ou maus, são os meus.

Se são válidos? Para mim, talvez. Para vocês talvez não. 

Se são suficientes? Não estão a ser, pois a decisão não sai nem a ferros.

Sim, deveria ter em conta também a opinião do meu marido, mas como já sei a opinião dele e no meu corpo mando eu, eu é que sei e sinto que esta decisão só depende de mim, mesmo. Porque quando um não quer, dois não dançam. Pelos menos estes dois.

 

Poderá também ser o medo a falar.

O achar que não tenho dinheiro, que o dinheiro nunca vai chegar. Que não me faz sentido ir às poupanças para ter um bebé. 

O achar que vou estar sozinha, mesmo estando casada.

O achar que não vou aguentar a privação de sono.

O ter um medo terrível do parto e das dores.

O de não me estar a ver com muita paciência para choros, birras, etc, apesar de que tenho me surpreendido a mim mesma com o cão, apesar de ter noção que é pouco parecido, digamos assim...

E pronto, é isto... 

Uma decisão que quase só me diz respeito a mim, mas que não sai simplesmente.

E agarrar e deixar de tomar a pílula sabendo o que vai acontecer, não consigo.

Às vezes até desejo que acontecesse sem eu estar há espera e era obrigada a ter e acabavam-se as indecisões!

É isto. Podem começar o apedrejamento.



9 comentários:

J.P. Alexander disse...

Es una decisión dura. Te mando un beso.

A teia dos 20 mais x disse...

É uma decisão que te cabe a ti sim, se o marido é sim, a decisão que falta é a tua.

Vou aproveitar todas essas dúvidas e responde-las, na minha opinião, no meu blog, talvez ajude, talvez não, quem sabe a ti.... e a mais gente.

:) beijinho

Cláudia disse...

A vida é tua és tu quem decide! Os outros nada tem a ver com isso.
Os filhos não te vão fazer companhia no futuro esquece lá isso
E ter um um filho “sozinha” não é fácil
Acredita que sei por experiência própria
Fui sempre eu para tudo sem mãe nem sogra para ajudar
Por isso é preciso querer muito e ter muita paciência

Se sentes que não estás para aí não tenhas só porque que é politicamente correto

Beijinho

Anónimo disse...

Bom dia Claúdia!
Quando nasce um filho, nasce também uma mãe! Pense nessa verdade. É impossivel descrever as transformações e sentimentos quando nos tornamos mães! Como diz, só você pode decidir. Não tenha medo das dores do parto, isso já não existe, hoje em dia cada mulher pode escolher a forma de dar á luz, eu, sou completamente a favor do parto sem dor e programado. Pense também, que tem a sua mãe, que vai ser o seu porto seguro para si e para o bebé! E a alegria que lhe iria dar em ser avó?! . Siga o seu coração, nunca é tarde ,mas, depois , "não temos tempo para os ver crescer na vida". Não se deixe pressionar por ninguém, só a sua vontade deve contar. Beijinhos! Dulce.

Anónimo disse...

Olá!! realmente a decisão é Tua!! e o teu coração vai ajudar.
è uma mudança na vida! com tudo de bom e com algumas adaptações...
Não cries expetativas ! o que tiver de ser é !!

um grande beijinho

Jovem Jornalista disse...

A decisão é sua e deve ser respeitada.

Boa semana!

O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!

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Até mais, Emerson Garcia

Financas.at.home disse...

Este é um tema com pano para mangas 😅.
Primeiro dizer que percebo perfeitamente quem não quer ser mãe. A sociedade não gosta nada, parece que nascemos mulheres temos de ser mães. É um peso demasiado pesado. É uma escolha e nem todas temos perfil para tal.
Depois dizer que consegue ser o melhor e o pior do mundo. Não há realmente amor maior, impossível de descrever. Mas a nossa vida muda totalmente e nem sempre estamos preparadas. Sinto mesmo que há uma pausa na nossa vida para nos dedicarmos totalmente a outro ser, a algo maior mas muito desafiante.
Não estou a ajudar nada, apenas dizer que entendo.
Espero que tomes a melhor decisão e quem sabe o psicólogo ajude nisso.

Um beijinho.

m-M disse...

A mim o luto teve o efeito oposto.
Se já antes não sentia a chamada materanal, agora ficou percebido totalmente.
Estamos na fase burocrática da adoção, mas compreendemos as barreiras e não nos focamos nesse objetivo apenas.

Beijinho,

Anónimo disse...

Sinto algo parecido, apesar de já ter dois meninos.
Com a chegada aos 40s começo a pensar que é a última oportunidade para tentar ter uma menina. Mas, por outro lado, eu não quero ter outro filho só para ter uma menina!
Adoro os miúdos, mas é muito difícil ser mãe atualmente, sem família por perto.
Fazemos tudo. Vou trabalhar, buscar os miúdos, ajudá-los com os TPCs, levar à piscina, ... mas deixo coisas para trás. O pai ajuda, mas quem dorme mal sou eu (os miúdos dormem bem).
Ah... o mais novo aconteceu num desleixo (mas nós já tinhamos decidido avançar). Agora não há descuidos porque temos boa memória e vemos as notícias (maternidades, urgências, escolas, ... greves e mais greves). Tem sido um excelente contracetivo!
Mas é óbvio que se consegue e não nos arrependemos (só qdo fazem birras). :)
SM

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