terça-feira, fevereiro 28

Do avô

A 1ª vez que o fui visitar ao lar foi no dia 5.

Posso dizer que para mim, foi um choque. 

Sinto que ele passou, em termos de instalações, de cavalo para burro.

O espaço é muito antigo, o cheiro do espaço é estranho, as condições não me parecem nada de especial. E levam o que levam por cada utente.

Fez-me mesmo imensa confusão.

A minha irmã, pelo telefone, disse para me acalmar, que podia ser o "cheiro a velhote", todos de fralda, alguns sujos, etc, etc.

Ele até pode estar a ser bem tratado, que não tenho ainda grande opinião, mas não sei até que ponto é que ele ali vai melhorar significativamente.

Fiquei contente pelo amigo dele da sala de convívio. Fala com ele, distrai-se mais, nesse campo, 5 estrelas.

Em termos de alimentação, sinto que o alimentam pouco. O lanche é meia carcaça. E nem lhe deram nada para beber.

Vou tentar não me passar já, tentar deixar mais uns tempos para ver, mas claramente só por andarmos em cima é bom! Marcar ali aquela presença.

Pior mesmo é que eu também comentei com a minha mãe que não queria ir lá sozinha. Não só por não ter gostado do espaço, mas admito que me senti desconfortável pelas outras pessoas.

Eu sei que estão ali pais e mães de alguém, avós de alguém e não quero desrespeitar a esse nível, mas ver ali demências ainda piores que o meu avô, fez-me mesmo muita confusão. Uma senhora a ameaçar-nos do nada, que a minha mãe pediu para eu ignorar, outra a assobiar.... Deus me perdoe, pareciam maluquinhos.

Como disse, não quero faltar ao respeito a ninguém, mas não estou habituada a lidar com isto. Sei que tenho que me adaptar, ir lá mais vezes acompanhada e talvez, com o tempo, a coisa melhore do meu lado.



3 comentários:

bea disse...

Se a gente gosta mesmo de quem lá temos, habituamo-nos. Não que nos seja indiferente, mas levamos em conta que o que nos impressiona, também neles - os nossos - faz efeito. E merecem a nossa atenção e amor, são bocadinhos de normalidade o que lhes levamos numa visita. É o que penso. E pratico. Por experiência sei que vamos ficando vacinados contra a doença e prevalece o amor e a compaixão. Vacina não é indiferença, mas deixa de nos repugnar de forma tão veemente, abranda-nos a resistência e criamos mesmo uma forma de compreensão paciente. A demência nos velhos é coisa normal, Cláudia. Acontece.
Mas não deixe de estar atenta ao que se passa no lar. Como diz, o interesse ajuda bastante, pode mesmo mudar algumas - pequenas - coisas.
Bom dia

Cidália Ferreira disse...

Compreendo perfeitamente as tuas palavras à cerca da estadia do teu avô. Custa muito ... Desejo dias melhores!
.
Tudo parecia mágico, tudo me seduzia.
.
Beijo, e uma ótima semana.

O ultimo fecha a porta disse...

Como disse a primeira pessoa a comentar, vai vigiando. A gente lê e ouve cada coisa... Vocês podem levar comida?
Está a tenta a nódoas negras, etc. Por medo de represálias muitos não se queixam.

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