Do pai

Não sei se vos contei, mas o meu pai teve um micro AVC.

Ele não sabia, não deu por ele, até começar a sentir "coisas". Deixou de comer, nunca tem apetite. Se falar muito, começa a ficar "fanhoso". Tinha dores nos maxilares.

Começou a fazer exames, análises e tudo mais, no privado, porque infelizmente o Público não era rápido o suficiente, e descobriu que tinha tido o micro AVC.

Já fez ressonância para ver se descobrem mais alguma coisa.

E temos andado assim.

Andamos todos nervosos, mas claro que ele e a minha mãe são os que andam pior. Até porque não nos contam tudo, infelizmente. Apesar de tudo, é a minha família e a família é para isso mesmo. Para os bons e para os maus momentos. E é óbvio que tanto eu como os meus irmãos, nos preocupamos.

A juntar a isto tudo e não se sabe até que ponto influenciou ou não, ele anda com depressão. Ansiedade confirmaram que tem. Depressão, não conseguem confirmar pois ele não quer ir ao médico.

É daquelas pessoas que não percebe porque ando no psicólogo, mas é uma dessas mesmas pessoas que precisava e muito de lá ir. Mas infelizmente tem este tipo de mentalidade e nem vale a pensa insistir. Desde que teve um problema com o antigo trabalho dele e se viu sem nada de um dia para  o outro, que entretanto foi para a reforma, que ficou ansioso/depressivo.

A juntar ainda mais aos problemas todos, mal saem de casa. Agora com o meu avô no lar, podiam agarrar neles e sair mais. Apanhar ar. Irem os dois almoçar fora. Não se focarem só nos problemas. Tentar viver a vida um bocado. Distraírem-se. Apanhar sol. Estar em contacto com a natureza. Fazerem mini caminhadas que tão bem lhes faziam.

Têm sido umas atrás das outras. Mas acredito que vamos sair disto tudo a bem, ainda mais unidos e mais fortes.