E é a minha mãe.
Com tudo o que já passou e passa, sério, a minha mãe tem um coração tão mas tão puro. Quem me dera chegar a ser metade da mulher que ela é.
Preocupa-se com todos, com ela, nunca. Temos que ser nós a tratar e cuidar dela.
Todos estão primeiro, ela vem no fim, mesmo já todos tendo mais que idade para ter juízo. Em almoços/jantares/lanches, temos que refilar com ela para estar sentada, para não andar de um lado para o outro. Eu e a minha irmã já ficamos na ponta da mesa de propósito, para sermos nós a levantar e não ela, por exemplo.
E a minha mãe adora dar prendas também. Mimarmo-nos a todos.
Dá sempre "a prenda", como eu, mas depois compra miminhos até mais não. Coisinhas pequeninas, que vê e acha que vamos gostar. Coisas baratinhas, mas que eu guardo com todo o amor.
Acho que foi mais uma das coisas que "puxei" dela. Com orgulho.
E sabem que mais?
Até o meu cão tem direito a prenda dela.
Eu liguei-lhe a perguntar se ia dar alguma coisa, pois o ano passado deu. Mas tenho que ser eu a comprar, que ele agora está com problemas de alergias. Disse logo que queria sim, oferecer prenda ao cão e perguntou logo para dar prenda ao cão da minha irmã.
Se isto não é ser fofa, eu não sei.
Claro, já sabemos, é preciso haver disponibilidade monetária para a graça, mas quando há, é engraçado ver a preocupação dela. É que ela também vê o cão como alguém que merece prenda de Natal.
Eu sempre dei, mas eu sou a dona. Mas acho extremamente fofo vê-la a dar também.
Sabem o que acho? Que o vê como neto.
E isso é de uma doçura gritante. Ela tem medo dele, como eu tinha, mas mesmo assim...
Posto isto, imagino só a alegria que ela terá ao ter mesmo um neto. Os mimos que não deverá comprar e daqueles que não se compram.
Porque a minha mãe é assim mesmo. E desenganem-se, não é só no Natal que ela compra mimos. Compra porque sim, quando os vê e nos oferece. Nem que seja um pacote de bolachas, mas tem esse cuidado.
E eu sou-lhe grata. E tenho-lhe cada vez mais um amor maior, se é que isso é possível.
3 comentários:
Siempre hay que agradecer esos gestos. Te mando un beso.
Que ternura de texto Cláudia, tão bonita a forma como descreves e escreves sobre a tua mãe.
Verdade, umas das coisas mais bonitas é receber esses mimos e ver que são genuínos, mesmo de coração.
ACREDITA!!! ver o amor de avó pelos netos é tão mas tão bom, tão lindo! AMO ainda mais a minha mãe desde que é avó de um bebé meu :)
Beijinho e bom fim de semana :)
Que bonito ler assim um amor filial tão patente. Esse terno desfilar de imagens bem o demonstra. Também gosto mais de minha mãe hoje; acho que foi espontâneo, o sentimento intensificou à medida que os anos decorriam e ia entendendo muito do que antes não consegui entender nas suas atitudes e acções. Mas chegará a minha morte e ainda não beijarei sequer as franjas do xaile que nunca usou.
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