quinta-feira, fevereiro 17

Da ansiedade

Na Quarta passada faltei ao trabalho pois tirei o dia a que tenho direito para acompanhar o marido no velório/funeral do avô dele.

Posso dizer que foi coisa que durou o dia todo.

Saí de casa perto das 9h30, só entrei eram 16h30.

Claro que pelo motivo em si, já é um dia mais emotivo, mais carregado negativamente e com as energias mais em baixo.

Depois, ouvir pessoas a chorar, ver caixões a andarem ali de um lado para o outro, pelo menos a mim, faz-me confusão. Mexe-me com o sistema todo.

Eu não entrei no velório, nem na parte da missa. Não entendo o porquê (quer dizer, entendo mas não entendo vá) que é preciso estar ali o caixão aberto. Já tive que assistir a um em que nem tapado o corpo estava. Desculpem mas ia-me dando um fanico.

Então aqui, preferi nem entrar.

Mas só de ver os caixões a andarem de um lado para o outro, ia tendo um ataque de ansiedade. Começo a pensar nas pessoas que já perdi, nas que ainda vou perder, infelizmente, e começa tudo a andar à roda aqui na minha cabeça.

Mas, como disse, ia tendo um ataque. Sinto que às vezes é preferível tê-lo do que andar ali no limbo, mas a verdade é que me consegui controlar. Fiz a respiração que o psicólogo disse, tentei mudar o foco da mente e consegui. 

Não senti que fizesse o efeito rápido ou total como estava à espera, mas consegui evitar um ataque. E não tomei nenhum calmante.

Fiquei tão confiante, nem imaginam!



4 comentários:

A Teia Dos 20 Mais x! disse...

"Desculpem mas ia-me dando um fanico", esta frase primeiro fez-me rir (e desculpa, não é incessibilidade minha, é porque me deu alguma graça), depois fez-me ficar a pensar quando terminei de ler o teu texto todo...

Muitas vezes somos "obrigados" a estar porque é família, a levar filhos, netos, etc, e esse "fanico" que falas é perigoso no moldar das nossas emoções, recordações e definição de carater... Tu tens mais de 30 anos, lá te soubeste dar a volta à situação e optaste por não entrar, e quem é menor e tem de acompanhar?... levantas-te uma questão que me doeu na alma.

Quanto à tua conclusão, gostei muito de saber, que frente a uma situação de risco as tuas consultas de psicologia já estão a ajudar, és um bom testemunho. :)

Beijinho e continua

Jaime Portela disse...

É a vida, sendo que a morte também faz parte dela...
Bom resto de semana, amiga Cláudia.
Beijo.

Cidália Ferreira disse...

Não gosto nada de ir a funerais, nem de nada do que implica. Mas, quem gosta, né ?
-
No meu pensamento faz frio ...

Votos de um dia feliz. Beijo.

bea disse...

Os mortos não me impressionam na sua frieza de mármore. Mas os funerais são sempre funestos. Acompanhar os mortos é um dever, o último sinal de respeito. Nunca agradável.
Usufrua da vida e não pense mais nisso, Cláudia. Apesar de a morte ser o mais certo que temos, fomos criados para viver.

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