sexta-feira, maio 19

Ir a Fátima a pé

Aos anos que penso nisto.

Da minha parte, não associo a ida à Fátima com a parte religiosa. Pelo menos para mim não é esse o grande motivo. Mas gostava de ir.

Mas sempre que toco neste assunto, dizem-me que vão o caminho todo a rezar e sinceramente, não é isso que pretendo.

Não sei se me consigo explicar, mas:

1º Gostava de ir pelo desafio

2º Gostava de ir sozinha, para vencer esse "medo" e sair brutalmente da minha zona de conforto

3º Gostava de ir com a minha mente focada naquilo em que acredito.

Sou católica não praticante, um bocado por "imposição" da família e daquilo em que se acredita, mas vivo a religião de maneira diferente. Falo, medito e até rezo às vezes, mas é tudo à minha maneira e acho que está tudo bem.

Mas não queria sentir essa "imposição" na dita caminhada.

Não quero estar horas e horas sempre a rezar. 

 

Quero estar horas e horas a admirar a minha coragem.

Quero estar horas e horas a contemplar a natureza à minha volta.

Quero estar horas e horas a chorar, se isso me aliviar o coração, sem justificações.

Quero estar horas e horas a agradecer à minha maneira, por tudo aquilo pelo qual sou grata...


Entendem onde quero chegar?

Eu sei que há toda uma logística de espaços para dormir, de cuidados que precisamos de ter, etc...Eu quando disse que queria ir sozinha, não é totalmente sozinha, mas sim, sozinha a ser a única a conhecer-me. Ir num grupo de desconhecidos que não julgam, não perguntam, nada, apenas estão lá. Conversamos, trocamos ideias e somos felizes.



7 comentários:

J.P. Alexander disse...

Si deseas ve. Te mando un beso.

bea disse...

Bom, primeiro: devem existir vários grupos em que não se caminha a rezar o terço e suponho que serão aqueles cuja organização não pertença à instituição igreja ou a uma ordem religiosa.
Segundo: não acho que uma ida a Fátima a pé seja um acto de coragem. É uma decisão e cada um tem seus motivos. A Cláudia tem de ser uma pessoa religiosa, ou não escolhia Fátima como destino. Ia a Sintra, ao Gerês, à ria Formosa.
Terceiro: Nada é tão livre como o pensamento, há muito solitário entre os emaranhados de gente. Só não sei como é que numa caminhada com desconhecidos, eles não se tornam conhecidos. Olhe que são vários dias de marcha comum e partilhada. Mas se conseguir ser essa ilha...avante.
E depois venha contar-nos a experiência (pode que altere as convicções).
Um abraço e bom fim de semana, Cláudia

Carla disse...

Compreendo perfeitamente. Eu adorava fazer o caminho de Santiago. Sozinha,o caminho francês.
Pelas razões que dizes... estar em introspecção, conhecermo-nos, ter noção dos nossos limites, sair da zona de conforto.. etc etc...
Esse tipo de caminhadas (ou peregrinações), não são obrigatoriamente de carácter religioso... aliás... aposto que apenas uma percentagem é que faz com esse objectivo.
Acredito que não há uma só maneira certa de se ser religioso... :)
Se o que fazes resulta para ti, e te dá conforto (desde que não faças sacrificios de sangue ahahaha) é excelente! Tudo tem a haver com uma intenção tua que parte de um lugar de "bem".

Existem grupos não religiosos que fazem esse tipo de caminhadas. Acho que num desses ficarias bem servida.

Aqui fica uma sugestão.
https://www.facebook.com/zentrekk/?locale=pt_PT
Uma vez fiz uma caminhada com este grupo, a umas cascatas no Algarve, e as pessoas responsáveis eram super boa onda. Sei que costumam fazer a de Santiago, mas não me lembro de fazem a de Fátima, é uma questão de pesquisares.

Boa sorte! E desejo que concretizes essa tua vontade, tanto quanto desejo concretizar eu a minha :P

Beijinhos

Mariete Salema disse...

Já fui muitas vezes a Fátima e ao Santuário. Nunca fui a pé sem ser já dentro de Fátima. Elogio quem tenha a capacidade de ir a pé percorrendo quilómetros e quilómetros. Penso que nunca o farei.
*
Uma alegre e feliz sexta feira.
*
A mulher não é só cama
*/*

A teia dos 20 mais x disse...

Acho uma ótima ideia,
Eu já fui por diversas vezes, e mesmo católica não íamos sempre a rezar, aliás não rezávamos sequer pelo caminho, a menos que o fizessem em silêncio, porque nunca dei conta. Era o espirito de sacrifício, o caminho, a conversa, o ritmo...só quando chegava ao santuário, aí sim rezei sempre interiormente.

Informa-te se não tens por esses lados a sair algum grupo assim.

É gratificante a experiência, isso podes ter certeza :)

Beijinho e bom fim de semana

- R y k @ r d o - disse...

Conheço o Santuário de Fátima onde já estive várias vezes. Não sou apologista de ir a pé percorrendo grandes distâncias. Deus não quer o sofrimento.
.
Saudações cordiais e poéticas.
Feliz fim de semana
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

Marisa Reis disse...

Sempre achei que na caminhada não se ia a rezar, mas eu quando vou é só com a família e vamos na conversa, são apenas 25 km e 5 horas depois estamos lá, já não vou há alguns anos, a minha melhor companhia já não está cá e isso é um dos motivos para nem sequer pensar em ir a Fátima a pé.

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