Se podemos considerar o facto de eu ter engravidado, como uma boa notícia (os exames indicam que está tudo bem), a verdade é que, poucos dias depois de eu contar aos meus, recebi uma má notícia.
Por muito que vá correr tudo bem, que não tem outra hipótese (ouviram, aí em cima?!), a verdade é que me deitou a baixo.
A minha mãe e pai foram, no mesmo dia, fazer uma endoscopia e uma colonoscopia. Com uma anestesia geral, fizeram logo os dois exames, os dois.
O meu irmão foi com eles, pois tinham mesmo que estar acompanhados.
Eis que, no próprio dia, 04 de Dezembro de 2024, a minha mãe (pois claro, esta Srª é que tem sempre tudo, ainda não percebi porquê 😔) descobre que tem um tumor nos intestinos.
Mais uma vez.
É a 3ª vez, não no mesmo sítio, mas é a 3ª vez que estamos a passar por isto!
Chorei, não à frente dela, mas fi-lo.
O meu medo, e o dela, é real.
Só me disse, seja o que Deus quiser.
E eu comecei, pois claro, a questionar-me, o porquê?!
Porquê agora? Porquê este timing?
Agora que é avó e irá ser, se Deus quiser, avó pela 2ª vez, agora que pode acompanhar a minha gravidez do início ao fim, agora que anda felicíssima, agora que anda toda babada, porquê?
Já sei, Deus dá as batalhas mais difíceis aos seus melhores guerreiros. Mas esta guerreira já provou o que tinha que provar e já chega, porra!
Parece que todos os anos tem que haver uma merda qualquer.
Preciso de me acalmar, preciso de não chorar à frente dela e preciso, ainda mais, de cuidar dela.
Só que também preciso de cuidar de mim. Dê lá por onde der. Mas não é fácil.
Como disse, sinto-me frágil, não de fraqueza, mas os enjoos não ajudam e o cansaço também não. E a minha cabeça ainda não está a aceitar isto facilmente. E leva logo outro embate.
Seja mesmo o que Deus quiser e ele vai querer mesmo que isto passe.
Já me disseram que é dos mais fáceis de tratar e de maior taxa de sucesso, mas a minha cabeça entra em espiral de pensamentos que, enfim...
Força e os olhinhos todos postos nela, para que ela se cure, é a única coisa que desejo.
9 comentários:
Deus dá as batalhas mais difíceis aos melhores guerreiros? Ou obriga-os a serem guerreiros devido às batalhas difíceis que têm de travar?!
Entendo essa sua necessidade de descansar neste momento; como entendo a preocupação inevitável com sua mãe. São dois polos na sua vida e tem que dar suporte a ambos. A vida quase nunca é fácil.
Um beijinho, Cláudia
Também me fiz esse questionamento, lá atrás, em 2012... quando o meu pai, apaixonado por crianças é avô pela primeira vez em agosto e em setembro é internado de urgência para a descoberta daquele que seria o seu fim 1 ano e 7 meses depois. Afastei-me de Deus, inclusive, na altura.
Não era justo, no meu coração continua a não ser. Dói muito ainda hoje a esta distância.
Minhas então, só viu duas conquistas, acabar a licenciatura e arranjar emprego.... nada mais.
Sobre a tua mãe, tenho fé, se é um dos que possui uma taxa de maior sucesso a tua mãe não fugirá à regra, e vai poder realmente acompanhar-te. Uma mãe por perto na maternidade é o colo que todas precisamos.
Desejo de coração que vos corra tudo bem às duas! Um abraço Cláudia, acredito que estejas a viver numa dualidade sem igual, mas espero sinceramente que tudo seja positivo no fim.
Um beijinho
Olá Claudia!
Não se deixe abater assim! cada vez mais faz parte das nossa vidas mas felizmente a medicina tb evoluiu imenso e será com certeza ultrapassada a doença.
Pensamento positivo!!! Sempre!!!
Viva o momento e gravidez com a sua Mãe !! acredito que será belos momentos a "3" .
beijinhos
Muita força querida! Estas doenças nunca são fáceis, mas pelo que percebi foi detectado numa fase inicial, pelo que o cenário deve ser positivo!
Se precisares de alguma coisa, já sabes onde me encontrar! Força miuda!
Bjxxx
Teresa Isabel Silva
Instagram | Pinterest | Linkedint
Raramente comento mas hoje não posso deixar de mandar um abraço de força. Tenho 36 anos e não tenho pai nem mãe. Perdi ambos para o cancro, a minha mãe, tinha apenas 39 anos (e eu 8). O meu pai faleceu em Abril, após a luta com um segundo cancro. Venceu o primeiro e descobriu o segundo mesmo no finalzinho da minha segunda gravidez. Estava eu grávida de 39 semanas, em pleno Agosto, e acompanhei 3 dias o meu pai no hospital para o seu primeiro tratamento de quimioterapia contra o segundo cancro. Todos os médicos ralhavam comigo, que ainda por cima com aquele calor e aquele barrigão eu devia era estar em casa a descansar. Mas não dava. Não mesmo.
O cancro dele acabou por ensombrar um pouco o nascimento do meu segundo filho, mas também sei que lhe trouxe muita alegria, conforto e acima de tudo, mais um motivo para lutar contra aquela doença. Infelizmente no caso dele, pouco havia a fazer porque era incurável desta segunda vez. Era só uma questão de tempo. Felizmente que no caso da sua mãe é diferente e que a taxa de sucesso é elevada. Vai ver que tudo corre bem e que a mãe vai dar a volta por cima para ver os netinhos a crescer por muitos anos!
Olá @Inês
Lamento imenso essas perdas. Custam tanto e sinceramente, nem sei como as pessoas as conseguem processar.
Se com o meu avô foi um luto que ainda hoje, apesar de mais fraco, Às vezes me assombra, nem quero imaginar...
Muita força <3
Também espero que o ter agora os netos, seja um motivo para a fazer realmente lutar. Espero mesmo que tudo passe.
Beijinhos grandes e obrigada
Olá @anónimo 10h27
Muito obrigada pelas suas palavras.
Estou a tentar colocá-la em todos os momentos, sim. Já que mal aproveitou a gravidez da minha irmã.
Beijinhos
Boa noite. Feliz ou infelizmente temos que aprender a lidar com as perdas, não temos alternativas. Da minha mãe era ainda muito pequena mas posso dizer que desde essa altura a vida não foi fácil, tendo havido uma "madrasta má" pelo meio. Deixou muitas marcas, ansiedades, enfim, que só agora em adulta consigo entender a origem. Quanto ao meu pai honestamente não é de todo fácil mas foi melhor assim. Saber que era incurável e ver o meu pai no estado em que ele estava nos últimos dias acho que "ajudou" se é que me faço entender. Aquilo era um sofrimento atroz para ele e para nós e pelo menos assim não sofre mais. Mas há sempre a revolta. Porquê eu? Porquê os dois? Mas não há alternativa a não ser continuar a nossa vida e tentar manter alguma normalidade. Acredito que o facto de ter os meus filhos é uma grande ajuda. Eles precisam de mim e portanto a vida continua. Mas obviamente que custa, muito...
O meu pai também teve esse tipo em 2002, começou com os sintomas dois dias depois de eu me casar e foi operado 3 meses depois, felizmente correu tudo bem, ele tinha 52 anos, e apesar de ter sido operado mais uma vez 6 meses depois, ainda por cá andou 18 anos e não foi o cancro que o levou, teve um enfarte em 2012 e um segundo enfarte fatal em 2021... Por isso, pensamento positivo e há-de correr tudo bem se DEUS quiser. Coragem para todos.
Enviar um comentário