quarta-feira, janeiro 22

Quando me falham...

Pensei bem antes de publicar isto aqui.

Já aqui tinha referido várias vezes que sinto que muitas vezes as pessoas falham comigo, mesmo vendo que eu estou sempre lá. 

Quando são amigos ou "pessoas de fora", o mal corta-se pela raiz... a questão é quando são pessoas chegadas, os meus tudo.

No dia em que fui às urgências do hospital, por causa das dores e tonturas, avisei o meu marido, que estava a trabalhar, que ia para lá. Mas que ia falar com a minha mãe para ver se ela podia ir comigo.

Liguei-lhe e só recebo engasgos do outro lado. Atenção, a minha mãe não conduz. Teria que ser ela e o meu pai a irem comigo, mas até bastava ele lá nos deixar que depois viríamos de taxi. Mas como disse, recebi engasgos. Fiquei um bocado, talvez triste ou desiludida, pois sabendo que não era ela a recusar, que se prontificou logo a ir comigo, não fez força nenhuma para que o meu pai nos levasse lá. Mais uma vez, mesmo que depois se viesse embora! 

Ah não estou em casa, ah estou a tratar de recados... Porra, era uma urgência, não pedi para ir passear! 

E até estive para ir sozinha, mas conduzir com tonturas...

No dia imediatamente a seguir, devido às tonturas e aos enjoos, não consegui comer o que o marido tinha deixado para mim. Só me apetecia uma canja.

Liguei uma primeira vez para ela, porque já sabia que andava nas compras e não atendeu. Ok, tudo bem. Quando liguei uma 2ª vez, atendeu e disse-me que ainda estava nas compras, mas efectivamente já tinha pago.

Perguntei se não podia me comprar e vir cá trazer uma canja, pois que sentia que era a única coisa que me ia cair bem (e de facto, foi mesmo).

Pois que ouvi engasgos de novo. Depois disse que já tinha pago e que até nem havia canja à venda.

Mais uma vez, eu não acredito que fosse a minha mãe a recusar a tarefa em si, mas sim de maneira a que não incomodasse o meu pai. Mas mais uma vez, não pedi um bolo, um capricho. Pedi comida, por me estar a sentir mal.

Enfim... Foram assim duas de seguida que, como referi, me deixaram triste ou desiludida. Os outros nunca estão lá para mim, mesmo eu não tendo falhado quando precisam. Mas tudo bem.

Lá fiquei melhor e fiz uma canja à pressa, com um caldo e massinhas.



13 comentários:

J.P. Alexander disse...

Uy es terrible cuando siente que no eres prioridad. Te mando un beso y espero que estés mejor.

A Teia Dos 20 Mais x! disse...

Lamento muito :(
E acredita, são coisa que te vão "doer" para sempre, bem dizem e é muito verdade, o que vivemos grávidas vive para sempre dentro de nós, seja na dor seja na alegria.

Beijinho grande e espero que andes melhor

Anónimo disse...

Bom dia
A fase que a Claudia se encontra é por si só um turbilhão de emoções...
Lamento que as pessoas que mais ama lhe falhem quando mais precisa. Espero que tenha sido um situação isolada..
Como filha e mãe sei que não existe maior Amor que o de Mae!
A minha mãe passou muitas dificuldades mas nunca me largou a mão...hoje em dia sou eu que não a largo porque sei que este amor é incondicional!
Em relação aos outros vamos apreendendo a lidar com as desilusões e a deixar de estar sempre tão presente na vida dos outros .. nem sempre me fazia bem ...

Um grande beijinho!! e muita força ! está a criar um Amor Maior!

Anónimo disse...

É muito triste, mas vamos acreditar que a desculpa foi por não ter carta e não ter o apoio do marido. A minha mãe tirou a carta para não estar dependente. Lembro-me de ir com ela a pé debaixo de chuva torrencial e mto frio levar coisas aos meus avós (uns 3 km).
Também estou adoentada e só tenho a ajuda do marido (moramos longe da família). Temos de nos desenrascar os dois. Ontem tive de ir de transportes ao hospital pq ele tinha de ir buscar os miúdos. Felizmente de comboio é um saltinho!
Espero que já estejas melhor! Por aqui é "apenas" uma virose. A primeira vez q fui contagiada por um filho.
Bjs,
SM

Anónimo disse...

Um beijinho e um xi coração
Tomara muitas pessoas terem uma Claudia na vida delas

bea disse...

Os outros são um outro eu, mas não são o nosso eu; são, como dizia Sartre, um eu outro que pouco sabe fazer de conta. Portanto, temos de nos virar como pudermos. Duvido da reciprocidade, o melhor é agir sem pensar nela.

Inês disse...

Boa tarde,
Sei bem do que fala, mas sabe uma coisa que lhe digo? Não devia acumular e ficar com essas coisas atravessadas. Eu senti-me tão, mas tão injustiçada e abandonada e que me falharam tanto (e falharam, o meu pai despachou-me para não ter problemas com a nova companheira tinha eu 12 anos, depois de ter perdido a minha mãe aos 8), mas sempre fiz tudo por ele na mesma. Era o que a minha consciência mandava. Acontece que ele achou até morrer que era minha obrigação cuidar dele. Nunca nada do que fiz foi por obrigação. Mas agora que ele morreu já não consigo deitar cá para fora as tantas vezes que me senti injustiçada e abandonada e desvalorizada e todas essas coisas, e sinto que é algo que me vai corroer um bocadinho para sempre!

Cláudia disse...

Olá @Anónimo 09h50

Sim, é verdade, as hormonas desta fase não ajudam.
Mas sim, vivendo e aprendendo :)

Obrigada e beijinhos

Cláudia disse...

Olá @SM

Sim, estou a tentar "focar" nisso. E como já a confrontei, vá, digamos que já está +/- ultrapassado. Por acaso contei também à psicóloga para ficar resolvido.

Em relação à minha constipação, melhorei um bocado mas ainda não a 100%. O Benuron está a ajudar :)

Beijocas

Cláudia disse...

Olá @Anónimo 13h50 obrigada pelas palavras! <3

Cláudia disse...

Olá @Inês

Falei deste assunto com a Psicóloga mesmo para não ficar a remoer, pois sei o que custa.

Realmente também essa situação não foi nada fácil. Ninguém merece. E essa da obrigação... Ela funciona nas duas direcções, mas infelizmente nem toda a gente leva a sério.

Acredito que nessa situação, nunca passe. Ameniza, mas passar...

Beijocas

Inês disse...

Boa tarde. Felizmente também eu tenho um excelente psicólogo que me tem ajudado a processar tudo isto e espero um dia "chegar lá" e conseguir dizer que já perdoei tudo e que já não magoa, mas ainda não posso dizer que seja o caso. Honestamente sem ele acho que já teria dado em tola!!!

Marisa Reis disse...

Infelizmente é mesmo como dizes, nós nunca falhamos mas os outros nunca estão lá para nós. Não estás sozinha, há muitas como tu e o que magoa mais é quando são "os nossos". Desde que o meu pai faleceu, em 2021, não há um dia em que a minha mãe não se queixe de algo. Por exemplo, esta semana, domingo eram cerca das 22 horas e telefonar-me para pedir para eu rezar por ela porque está muito mal, durante a semana num dia era um abcesso (para o qual já tinha medicação passada pelo dentista) e ontem que eram mais abcessos nas gengivas?!?!? Se ela dissesse aftas eu até entendia mas enfim...hoje passei lá antes de vir trabalhar e qual não foi o meu espanto era como se não tivesse tido nada....e será que teve?!? Quando eu me queixo de algo, o que raramente acontece, nem sequer atende o telemóvel ou se atende nunca está disponível para me ajudar.

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