quarta-feira, outubro 28

De ser pai/mãe

Não, não estou grávida, nem penso nisso.

No outro dia, no trabalho, começámos a falar dos filhos no geral. O meu chefe tem dois rapazes. O meu colega não tendo filhos, é ele ainda muito novo e falou no sentido de filho.

Nota-se bem a diferença a nível de educação e de posses monetárias.

Não somos pobres, nunca nos faltou nada, mas era sempre tudo com peso e medida.

Até chegar uma altura em que não havia dinheiro para nada de marca (que nem eu nem os meus irmãos nunca usámos nem pedimos), playstations, grandes telemóveis, etc...

Faz-me confusão a sociedade tão consumista em que vivemos.

Faz-me confusão a educação que muita vezes damos às nossas crianças, dando-lhes tudo o que elas querem, num estalar de dedos.

É-me impensável ir gastar 70€ num jogo para a playstation, se sei que daqui a uns meses o valor poderá estar em metade.

Ténis de 150€? Nem para mim, quanto mais para crianças andarem a estragar.

Eu já falei disto aqui e continuo com a mesma ideia.

É-me impensável endividar para comprar uma playstation para a criança. Será que não os podemos fazer ver que os pais de facto não têm dinheiro? Que com os 400€ ou mais da playstation, posso pagar a renda da casa que temos? 

É verdade, eu não gosto de falar porque não tenho filhos e falar é fácil, mas eu duvido que mude de opinião. Se hoje em dia mal me sobra dinheiro e somos dois a comer, se tivesse uma 3ª pessoa em casa, dependente, não conseguiria juntar dinheiro, quanto mais ir comprar ténnis e afins de 150€.

Oferecer quando passam de ano, algo que eles desejem mesmo? Mesmo sendo a obrigação deles passar de ano? Aí ainda poderei dar o braço a torcer... Mas mesmo assim...

Alguém entende o que quero dizer?


 

6 comentários:

Isa Sá disse...

Eu não tenho filhos, mas entendo.

Isabel Sá  
Brilhos da Moda

bea disse...

é preciso ganhar as coisas, não é? E fazer participar os filhos da economia doméstica; não sabendo tudo, até porque lhes não interessa, mas dando-lhes uma ideia das prioridades e também das dificuldades. Mas depois corre-se o risco de um vir dizer que não entende como é que outros têm x e y e eles não por ser caro ou não haver disponibilidade económica.
Há necessidade de ensinar a poupar e a gerir as finanças; e isso, como muito mais, faz-se sobretudo pelo exemplo. Os filhos, para o bem e para o mal, aprendem muito connosco e terem mesada não é mau.

Cidália Ferreira disse...

EStou totalmente de acordo consigo. Dá-se tudo. Não valorizam nada. Por vezes o dinheiro até faz falta para outras coisas, mas não há. Para "vícios" sim.
Nessa matéria fui muito rigorosa!

--
Lembra-ste do meu primeiro sorriso?
-
Beijo, e um excelente dia...

A Teia Dos 20 Mais x! disse...

Olá Cláudia,
Também me custa muito a sociedade de consumo que nos estamos a tornar, não estamos a educar bem as gerações, e a culpa é de todos, pais, envolvente economica, evolvente de markting, tudo....

Beijinho

O último fecha a porta disse...

Os meus pais nunca me levaram à toysrus... está tudo dito.
Na nossa altura, havia a febre dos "game boy" lembraste? O máximo que tive foi um tetris dos chineses :)

Cynthia disse...

Tenho 2 filhos e entendo. O mais velho tem 11 e a pequena tem 2. Se com ela, isso ainda não acontece, já com o outro reflecte-se. Por aqui, é raro haver dinheiro para extravagâncias. Demos-lhe uma PS4 para ele poder jogar fortnite com imenso esforço (mesmo!) e foi uma coisa rara. Roupas e ténis de marca por aqui é coisa que não existe, mas ele também não o pede. E felizmente para mim, ele sempre foi compreensivo quanto às limitações financeiras, talvez porque toda a vida dele foi a realidade que conheceu e tem crescido a entender o que isso é. Quanto a oferecer aquando da passagem de ano lectivo, nem sempre o faço, mas entendo quem faça. Ok, é a obrigação deles, mas não gostas de ter prémios (assiduidade, qualidade e afins) por realizares bem o teu trabalho (apesar de ser para isso que te pagam)? Bom, no caso deles é assim que encaro também, como um incentivo :)

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